Guia “USO CERTO”

Os medicamentos são o tema central deste guia, pois servem para ajudar a cuidar da saúde e têm diferentes ações e efeitos. Com o guia USO CERTO é possível aprender qual a forma certa de usar e guardar medicamentos e também como descartar o medicamento vencido ou estragado.

Tem o objetivo de levar informações em saúde para as pessoas com ou sem deficiência. Este guia está escrito em português, de forma simples, com imagens explicativas, para que o máximo de pessoas entendam bem as informações. O tamanho das letras é grande para facilitar a leitura por pessoas com baixa visão.

Todos os capítulos estão gravados em vídeo com áudio (voz), legenda em português e em Língua Brasileira de Sinais (Libras), a língua mais utilizada pelas pessoas surdas no Brasil. Assim, quem é surdo tem as informações na sua própria língua. Já as pessoas cegas e aquelas que não sabem ler, podem escutar todo o conteúdo em áudio e terão acesso às informações.

Os vídeos são online, ficam na internet. No início do texto de cada capítulo tem um link com o endereço eletrônico do vídeo. Você pode clicar no link e acessar o vídeo. Tem também um código do tipo QR Code.

Você pode acessar ao guia completo pelo:

Guia “USO CERTO” Ebook

Pode acessar diretamente a versão em vídeo em Libras pelo link da playlist. Nesta, você encontra os vídeos da epígrafe, da apresentação, dos 11 capítulos e da lista de sinais da saúde:

Versão em Libras

Venha conhecer tudo que o guia USO CERTO tem de informação para você. 

Texto publicado originalmente em https://portais.univasf.edu.br/cim/cim/guia-uso-certo

Carine Drews é vencedora do Prêmio Suely Galdino 2024

Pesquisadora lidera projetos de impacto global na segurança e eficácia de novos fármacos

Durante o VII Congress ABCF, a Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) anunciou a vencedora do Prêmio Suely Galdino 2024: Drª. Carine C. Drews. Com uma carreira marcada pela excelência acadêmica e profissional, Drª. Carine tem se destacado por suas contribuições significativas nas áreas de Ciências Farmacêuticas e Toxicologia.

Formada em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Drª. Carine concluiu seu Mestrado e Doutorado pela Universidade de São Paulo (USP). Com mais de 20 publicações em periódicos internacionais e capítulos de livros, ela tem uma carreira marcada pela inovação e pela colaboração científica de impacto. 

Sua experiência internacional inclui atuação no European Union Joint Research Centre (EU-JRC), na Itália, e atualmente, lidera projetos na Eurofarma, onde foca na segurança e eficácia de novas moléculas, impulsionando a inovação farmacêutica.

O Prêmio Suely Galdino, criado pela ABCF, reconhece jovens cientistas de até 40 anos que se destacam por seu impacto no campo das Ciências Farmacêuticas. A premiação avalia critérios como a qualidade científica das publicações, inovação tecnológica, impacto social e relevância na Farmácia. 

Este ano, 17 candidatos concorreram ao prêmio, que é uma homenagem à Profª. Suely Galdino, uma referência na área, tanto como presidente da ABCF quanto como coordenadora suplente de área na CAPES.

Em edições anteriores, o Prêmio foi concedido aos pesquisadores:

  • 2020: Prof. Dr. Moacyr Jesus Barreto de Mello Rêgo (UFPE)
  • 2022: Prof. Dr. João Paulo Fernandes (UNIFESP)

A entrega do Prêmio Suely Galdino 2024 reforça o compromisso da ABCF com o avanço científico e o reconhecimento de talentos emergentes que fazem a diferença no setor farmacêutico e na saúde pública.

Sobre a Profª. Suely Galdino: Foi uma líder notável no campo das Ciências Farmacêuticas, com formação pela UFPB e Doutorado pela Universidade Joseph-Fourier de Grenoble I, na França. Professora Titular da UFPE, orientou mais de 50 alunos de Pós-Graduação e desempenhou papéis essenciais no fortalecimento da pesquisa farmacêutica no Brasil.

Sandra Helena Poliselli Farsky, ex-presidente da ABCF, é eleita Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências 

Mônica Felts de La Roca Soares, associada à ABCF, e outras cientistas se destacam em eleição que reforça a presença feminina na ABC

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) anunciou no último final de semana os novos membros eleitos. Entre os eleitos para membros titulares, 6 mulheres e 11 homens foram escolhidos, elevando o percentual de mulheres na categoria de 21,88% para 22,26%. 

A professora Sandra Helena Poliselli Farsky, da Universidade de São Paulo (USP), foi eleita Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), consolidando seu lugar entre os mais destacados cientistas do país. Sua eleição representa um reconhecimento de suas contribuições para as Ciências da Saúde, especialmente nas áreas de inflamação e imunotoxicologia. Sua liderança em instituições científicas e seu impacto em publicações são amplamente reconhecidos. 

Sandra Farsky é ex-presidente da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) e será a presidente do XXIV Congresso Brasileiro de Toxicologia, que ocorrerá em São Paulo, de 3 a 6 de junho de 2026, reafirmando sua influência no campo.

Indicada pelo professor Norberto Peporine Lopes, da USP, Sandra foi uma das escolhidas após um processo de análise em que são avaliados currículo, produção científica e a relevância de sua atuação.

A professora Mônica Felts de La Roca Soares da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi eleita Membro Afiliada pela Região Nordeste e Espírito Santo. Cientista e gestora pública com atuação em Ciência, Tecnologia e Inovação voltadas para a saúde, Mônica Soares dirige atualmente o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.

Ser eleita para a Academia Brasileira de Ciências (ABC) é uma honra reservada a poucos. Fundada em 1916, a ABC tem sede no Rio de Janeiro e atua em diversas frentes de promoção e desenvolvimento científico no Brasil. 

Para se tornar Membro Titular, os candidatos passam por uma criteriosa avaliação feita por membros da própria academia.  A ABC é composta por 10 áreas especializadas, incluindo Ciências da Saúde, onde Sandra agora integra um seleto grupo de cientistas. Sua eleição reflete seu compromisso com a ciência e o impacto de sua trajetória acadêmica, que inclui a orientação de 23 mestres, 14 doutores e a supervisão de 8 pós-doutores, além de colaborações internacionais e publicações de grande relevância.

Inscrições para o Prêmio Suely Galdino estão abertas

As indicações para o Prêmio Suely Galdino – Jovem Cientista na Farmácia e áreas afins estão abertas até o dia 05 de novembro. Criado pela Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF), este prêmio visa reconhecer jovens que tenham feito um notável impacto nas Ciências Farmacêuticas.

As inscrições podem ser realizadas por meio deste formulário disponibilizado pela ABCF. A análise das indicações será conduzida por um painel formado por lideranças reconhecidas na área, cuja composição será divulgada nas próximas semanas. O resultado será anunciado durante o VII ABCF Congress, que ocorrerá de 11 a 14 de novembro.

Os candidatos devem ter até 40 anos de idade e no máximo 10 anos de doutorado. Os critérios de avaliação incluem: qualidade científica das publicações, inovação tecnológica, engajamento social, atividades de divulgação e comunicação científica, impacto social da pesquisa e relevância da atuação na Farmácia.

O vencedor do prêmio receberá um prêmio monetário oferecido pela ABC, adesão à ABCF por dois anos (2025-2026), um certificado de premiação e divulgação  nas redes sociais da ABCF.

Suely Galdino

A Profª. Suely Galdino foi presidente da ABCF e coordenadora suplente de área na CAPES, o que mostra o seu engajamento com a área. Farmacêutica formada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com Doutorado pela conceituada Universidade Joseph-Fourier de Grenoble I, foi Professora Titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde orientou mais de 50 estudantes de Pós-Graduação, entre Mestrado e Doutorado.

Para mais informações sobre o prêmio e o formulário de inscrição, acesse [indicação].

Serviço:

  • Prêmio: Suely Galdino – Jovem Cientista na Farmácia e áreas afins
  • Inscrições: Até 05 de novembro.
  • Resultado: Durante o VII Congresso da ABCF (11 a 14 de novembro)

“A chegada dos nitazenos” ao Brasil

Texto: Gustavo Teramatsu

A recente publicação do artigo Synthetic illicit opioids in Brazil: Nitazenes arrival, na Forensic Science International: Reports, com participação do professor José Luiz da Costa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, no âmbito do projeto INSPEQT, teve grande impacto na mídia nos últimos dias.

Foi descrita, pela primeira vez, a presença de nitazenos no Brasil, em análises realizadas pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica em 140 amostras de drogas apreendidas entre julho de 2022 e abril de 2023 no estado de São Paulo, em cidades da Região Metropolitana de São Paulo (São Paulo, Diadema, Guarulhos, Cajamar, Francisco Morato, Caieiras, Mairiporã, São Bernardo do Campo, Carapicuíba, Ribeirão Pires e Biritiba Mirim), na Região Metropolitana da Baixada Santista (Santos, São Vicente Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém) e no interior (Sumaré e Mirandópolis).

O estudo destaca que “o efeito de fumar um opioide potente junto com canabinoides sintéticos é imprevisível, e a maioria dos usuários não pode estar ciente do que está consumindo”, e conclui que “há relativamente poucas apreensões de opioides quando comparadas a outras drogas apreendidas no país, mas tanto as autoridades policiais quanto os profissionais de saúde precisam permanecer vigilantes, pois a ameaça representada por esses novos compostos começa a se expandir no território brasileiro”.

O artigo pode ser lido aqui.

Laboratório do IPEN/CNEN contribui para a atualização da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA)

Convênio firmado com a Faculdade de Farmácia da USP explora expertise do Laboratório de Análises Química e Ambiental do IPEN (LAQA) para identificar dez minerais em alimentos.

O projeto de pesquisa intitulado “Determinação de contaminantes inorgânicos (minerais) em alimentos” que vem sendo desenvolvido por meio de um convênio firmado em 2023 entre o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN, unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) está contribuindo para atualizar a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA).
O objetivo principal do convênio consiste em aprimorar e aplicar as metodologias analíticas em alimentos, cujos dados obtidos serão disponibilizados na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, sendo as análises realizadas no Laboratório de Análises Química e Ambiental (LAQA) do Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA/IPEN).

O coordenador do projeto no IPEN, pesquisador João Cristiano Ulrich, explica que na prática o Ipen está recebendo o material encaminhado pela USP para análise, como temperos, carnes, plantas comestíveis, entre outros alimentos, por meio das metodologias e equipamentos disponíveis no laboratório do IPEN. As análises identificam e medem as quantidades de alguns minerais como Cálcio, Ferro, Sódio, Magnésio, Fósforo, Potássio, Manganês, Zinco, Cobre, Selênio, presentes nas amostras.

“Nós já recebemos dois lotes de amostras para tratamento e processamento para identificarmos a existência e as quantidades destes minerais. Após as análises elaboramos um relatório e repassamos os dados ao Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center/FoRC) na USP e estes disponibilizam as informações nas atualizações da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TBCA”, destacou João Ulrich.

O pesquisador, que é o responsável direto pelas análises, destaca que o laboratório de análises Química e Ambiental do IPEN é um dos poucos em São Paulo que se dispôs e tem condições de executar todo o processo de identificação de minerais em um único local, desde o processamento das amostras, o que requer uma digestão por sistema de micro-ondas com a ajuda de ácidos, até a leitura dos minerais a partir da amostra líquida que é pulverizada em um espectrômetro de emissão ótica que identifica e quantifica os minerais presentes em cada amostra.

O diferencial deste estudo é o nível de detalhamento das informações geradas sobre cada amostra que é analisada, em duas ou mais versões: in natura, cozida, refogada ou frita dependendo do material. Desta forma é possível conhecer a presença dos minerais em diferentes situações.

Segundo a nutricionista e pesquisadora do FoRC, Eliana Bistriche Giuntini, que trabalha com avaliação e compilação de dados de composição de alimentos e gerencia a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da USP, sendo uma das pesquisadoras envolvidas na parceria com o IPEN para a realização de análise de minerais em alimentos, as informações obtidas a partir deste convênio servirão como referência no Brasil para compor os rótulos de produtos que necessitam apresentar as composições por miligrama (mg) nas tabelas de informações nutricionais de todo alimento embalado e comercializado.

“Dados de composição química de alimentos, e sua apresentação em Tabelas de Composição de Alimentos, são importantes porque permitem fazer avaliação de consumo alimentar de populações e esses dados fornecem subsídios para estudos relacionando nutrientes, saúde e doença, para determinar recomendações de ingestão de nutrientes, propor políticas públicas visando a segurança alimentar, além da prescrição de dietas. Esses dados também são usados como base no desenvolvimento de produtos, avaliação de novas formas de plantio, cruzamento de variedades e espécies, por exemplo, porque a composição depende de vários fatores, incluindo, variedade solo e clima”, esclarece Eliana Giuntini.

A pesquisadora ainda explica que os dados obtidos a partir das análises são inseridos na TBCA na forma bruta, como ingrediente, e podem ser usados pela população e por profissionais da área de Nutrição e ainda das áreas de Saúde e Engenharia. “Os dados desses ingredientes são utilizados para estimar a presença dos minerais nas preparações consumidas pela população brasileira, que em sua maioria são calculadas a partir de receitas com dados analíticos de seus ingredientes”, concluiu a pesquisadora.

Para João Cristiano participar desse projeto de pesquisa é muito importante tanto para ele enquanto pesquisador quanto para o CEQMA e o IPEN. “Além de realizar pesquisas nosso objetivo aqui no IPEN é gerar benfeitorias para a sociedade, exatamente como os resultados deste trabalho com a TBCA”, finaliza.

Sobre o CEQMA

O Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA) do Ipen promoveu nos últimos anos a união de três fatores primordiais para colaborar na segurança e com pesquisas na área de alimentos, a aquisição e manutenção de equipamentos de ensaio, treinamento de seus colaboradores e a implementação do sistema de gestão da qualidade em laboratórios baseado na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025.

Com estas ações garante o desenvolvimento, validação e implantação de metodologias analíticas direcionadas para a determinação de contaminantes inorgânicos em alimentos, bem como de minerais em geral. Além de contribuir de modo inequívoco para o aprimoramento da TBCA, o projeto está colaborando para a formação de profissionais e ampliação de serviços analíticos oferecidos pela Instituição.
Centro de Pesquisa em Alimentos – FoRC

A missão do Centro de Pesquisa de Alimentos é melhorar e promover a saúde e o bem-estar através da pesquisa, educação e inovação em ciência dos alimentos. Os objetivos são realizar pesquisas básicas avançadas e aplicação interdisciplinar da ciência dos alimentos; estabelecer e fortalecer alianças com organizações profissionais que possuam objetivos compatíveis; educar comunidades diversas comrelação à ciência dos alimentos, nutrição e saúde; promover o crescimento profissional e desenvolvimento de professores, estudantes e profissionais nessas áreas.

A criação do FoRC foi uma iniciativa dos pesquisadores da USP no sentido de serem pioneiros na concepção do primeiro centro de pesquisa focado em alimentos e nutrição no Brasil. Além disso, ele explora o fato da nutrição e saúde apresentarem um caráter multidisciplinar, empreendendo diferentes contextualizações que os vários perfis de profissionais podem elaborar acerca de um mesmo tema.

A Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA) é um produto do trabalho conjunto dos pesquisadores do FoRC, que permeia a ciência, a inovação e a disseminação do conhecimento.

O projeto, iniciado em 1998 na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, passou a ser coordenado pelo FoRC e foi totalmente reformulado. Atualmente, a versão 7.2 contém dados de mais de 5.700 alimentos, sendo mais de 4000 preparações, dos diferentes tipos de alimentos (preparação com alteração de textura, sem glúten, sem lactose e/ou vegana e vegetariana), com o objetivo de permitir a avaliação da ingestão de nutrientes e facilitar a avaliação do consumo alimentar, além da elaboração de planos alimentares da população brasileira.

Saiba mais sobre o Centro de Pesquisa em Alimentos – FoRC, aqui.

Saiba mais sobre a TBCA, aqui

Ulysses Varela – Jornalista Científico – Bolsista BGE-DA/IPEN-CNEN

texto originalmente publicado em ipen.br

Diabetes: Unicentro desenvolve medicamento oral para substituir injeções

Um estudo científico desenvolvido na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) busca auxiliar o tratamento de pacientes de diabetes tipo 2, uma doença crônica que afeta a forma como o corpo processa o açúcar do sangue, a chamada glicose. O tratamento dessa condição clínica consiste no controle da glicemia com uso de medicamentos orais e injetáveis, associado com a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada.

A Federação Internacional de Diabetes (IDF), organização que reúne mais de 240 associações relacionadas à doença em mais de 161 países, estima que a prevalência dessa condição clínica no Brasil é de 10,5%, sendo a maioria, cerca de 90%, do tipo 2. A doença ocorre quando o organismo humano não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.

A pesquisa da instituição ligada ao Governo do Estado objetiva a substituição de medicamentos injetáveis por uma formulação oral em pacientes com o quadro avançado da doença. Desenvolvido no Departamento de Farmácia da Unicentro, o estudo propõe utilizar nanopartículas para proteger as moléculas do remédio durante a passagem pelo trato gastrointestinal, possibilitando a liberação prolongada do fármaco proteico no sangue.

Atualmente, pacientes que não respondem aos tratamentos medicamentosos convencionais precisam recorrer à combinação de insulina e liraglutida, um sintético injetável que reduz o índice glicêmico. As duas injeções precisam ser aplicadas diariamente, procedimento incômodo, desconfortável e até doloroso. A pesquisa paranaense resulta num medicamento que contém insulina e liraglutida e que pode ser ingerido por via oral em forma líquida, de modo que as nanopartículas transportam as substâncias pelo organismo humano.

Segundo a coordenadora da pesquisa, professora Rubiana Mara Mainardes, as nanopartículas atuam para proteger as moléculas do fármaco do meio ácido estomacal e das enzimas digestivas. “Assim como temos comprimidos e cápsulas que transportam moléculas, trabalhamos com as nanopartículas, que têm tamanho muito pequeno e apresentam uma série de vantagens no organismo humano, para que essas estruturas sejam mais vantajosas para os pacientes”, explica a doutora em Ciências Farmacêuticas.

O projeto de pesquisa conta com financiamento do Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária, principal instituição de fomento científico paranaense, vinculada à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O estudo também recebeu recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Foto: Divulgação Unicentro

Estudo – O estudante de doutorado Jeferson Ziebarth participa do projeto como bolsista ligado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Unicentro. Com a supervisão da professora Rubiana Mainardes, o pesquisador desenvolve experimentos no Laboratório de Formulações Nanoestruturadas.

O estudo segue uma metodologia verde com abordagem baseada em proteínas vegetais, que é mais sustentável, de baixo custo e sem uso de solventes orgânicos, devido ao risco de resíduos tóxicos prejudiciais à saúde humana.

Mestre em química, Jeferson Ziebarth comenta sobre a relevância desse estudo acadêmico. “Essa pesquisa tem grande relevância para a sociedade, pois busca novas alternativas para o tratamento do diabetes pela via oral, e os resultados das análises, até então, são bastante animadores”, pontua o estudante.

Foram analisadas as proteínas do milho e da soja, que demonstraram eficácia em características de resistência ao suco gástrico, o principal agente da digestão de proteínas pelo estômago. Elas mostraram um potencial significativo para o transporte de moléculas instáveis nesse ambiente, como insulina e liraglutida. Na prática, a utilização dessas substâncias vegetais proporciona uma forma estável de proteção para essas moléculas.

Na primeira etapa, a pesquisa avaliou as características farmacológicas no transporte do medicamento pelas nanopartículas em quantidade suficiente para o tratamento da doença. Na fase seguinte, os pesquisadores analisaram a resistência de nanopartículas ao ambiente gástrico e às enzimas digestivas.

O terceiro estágio dos experimentos constatou a eficácia do processo, comparáveis com os injetáveis convencionais. Parte dessa etapa foi conduzida em parceria com a doutora em Bioquímica Amanda Baviera, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, no interior de São Paulo.

A professora Rubiana Mainardes comenta sobre o estágio atual da pesquisa, que resultou em dois artigos científicos. “Agora estamos tratando os dados, fazendo todas as estatísticas, discutindo e procurando entender melhor os resultados”, salienta. “Como tivemos resultados muito bons, vamos pensar no desenvolvimento de um protótipo dessa formulação”.

(Foto: Divulgação Unicentro)

A docente reforça a importância da ciência para os avanços na área da saúde, como medicamentos, tratamentos e vacinas. “Obviamente o desenvolvimento de um país depende muito da pesquisa científica, o que torna necessário o incentivo governamental, inclusive para que mais alunos ingressem na pesquisa científica nas mais diferentes áreas do conhecimento”, salienta a pesquisadora.

O intuito é patentear a inovação para começar a produção em larga escala na indústria farmacêutica e disponibilizar, no futuro, o medicamento para os pacientes que vivem com a diabetes tipo 2.

Com informações da Agência Estadual de Notícias.

Reportagem publicada originalmente em unicentro.com.br.

Corantes da indústria têxtil podem afetar a visão de peixes

Foto: reprodução do artigo

Laboratório da USP em Ribeirão Preto analisa impactos dos corantes identificados nos corpos d’água

Secas, inundações, ondas de calor, nevascas. Apesar da perplexidade diante das tragédias ambientais, a compreensão da estreita relação entre ação humana e a natureza parece distante. Mas, bem próximos das cidades, rios contaminados por resíduos de corantes podem afetar o desenvolvimento da estrutura ocular de peixes, como foi verificado em estudos com animais em laboratório. A culpa, segundo resultados de pesquisa recém-publicada, é de corantes vermelhos, compostos químicos utilizados em grande escala pela indústria têxtil.

Esta é a primeira vez que se observa a cegueira por ação de corantes químicos e o alerta vem de grupo de pesquisa da USP em Ribeirão Preto, que avaliou efeitos de três corantes vermelhos – o Disperse Red 60 (DR 60), o DR 73 e o DR 78 – em larvas e embriões de zebrafish, espécie ornamental de peixe também conhecida como paulistinha, mantidos em laboratório. “No caso particular do DR 60 a possibilidade de afetar diretamente os olhos das larvas é de grande preocupação ambiental, mas também do ponto de vista da saúde humana”, afirma Bianca de Arruda Leite, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, que realiza seu doutorado sob orientação da professora Danielle Palma de Oliveira, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP e com a colaboração do professor Carlos Gravato, da Universidade de Lisboa, Portugal.  

As anomalias encontradas nas larvas do zebrafish, conta a professora Danielle de Oliveira, preocupam por ser este um modelo amplamente utilizado pela comunidade científica para estudar os processos de desenvolvimento em vertebrados. Além das facilidades do manuseio em laboratório, “aproximadamente 70% dos genes humanos têm pelo menos um ortólogo (genes de espécies diferentes que têm um único gene ancestral comum) do zebrafish”. Com isso, esse organismo “tem sido amplamente empregado como modelo no estudo de doenças humanas”.  

Os problemas de visão chamaram a atenção nos estudos com animais de laboratório, mas não foram os únicos; os testes mostraram ainda alterações no comportamento de locomoção após exposição aos corantes. As concentrações de corantes testadas equivalem às encontradas em amostras de rios que recebem efluentes de indústrias. Mas, asseguram os pesquisadores, os resultados foram observados mesmo em baixas concentrações e servem de alerta para uma maior atenção das autoridades sanitárias quanto ao registro e liberação de novos corantes no meio ambiente.

A reportagem completa pode ser acessada aqui.

Brasil aprova Participação Social em Saúde na OMS com auxílio de pesquisadora da UFSC

A 77ª Assembleia Mundial da Saúde (World Health Assembly, na sigla em inglês) aprovou por consenso uma resolução inédita que legitima a Participação Social em Saúde, informa o Conselho Nacional de Saúde, em seu site. A resolução – proposta por 27 países, entre eles o Brasil – determina que a sociedade civil influencie na tomada de decisões em todo ciclo das políticas públicas de saúde, de forma transparente, em todos os níveis dos sistemas de saúde. A assembleia é um evento da Organização Mundial de Saúde (OMS), que foi promovido entre o final de maio e início de junho de 2024, em Genebra, na Suíça.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem uma pesquisadora entre os membros do Conselho Nacional de Saúde que participou da assembleia da OMS. A professora Silvana Nair Leite, do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFSC, atuou no apoio e na negociação para aprovação da proposta entre os membros da OMS. A professora, que também atua no Conselho Municipal de Saúde de Florianópolis, participou de reuniões com a comissão para implementação da participação social, deliberações com outras entidades representadas na assembleia na Suíça e atividades paralelas promovidas por outras instituições internacionais.

Com a aprovação do documento, o Controle Social do Brasil se torna referência para todo o mundo, pelo acúmulo histórico sobre o tema, informa o Conselho Nacional de Saúde em seu site. Entre os destaques, o documento reitera a importância da atuação de pessoas e comunidades como “parte da abordagem da Atenção Primária à Saúde, que inclui o envolvimento de indivíduos, famílias, comunidades e a sociedade civil através da sua participação no desenvolvimento e implementação de políticas e planos que impactam a saúde, de acordo com as disposições da Declaração de Astana”.

“Necessidade de participação de todas as mulheres”, aponta resolução

A resolução destaca ainda a “necessidade de promover a participação de todas as mulheres e de todos as pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade, pessoas com deficiência e povos indígenas, nos processos de tomada de decisão em saúde, para que políticas e planos relacionados com a saúde respondem às suas necessidades ao longo da vida”.

O documento foi proposto pelos países: Alemanha, Bélgica, Brasil, República Tcheca, Chipre, Colômbia, Croácia, Equador, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Guatemala, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Moldávia, Quirguistão, Sri Lanka, Tailândia e Tunísia.

Confira o vídeo do Conselho Nacional de Saúde sobre a aprovação da resolução:

Com informações da Assessoria de Comunicação (Ascom) do Conselho Nacional de Saúde.

Reportagem publicada originalmente em https://noticias.ufsc.br/

Foto da capa: Antoine Tardy/Divulgação/OMS

Estudo da USP explica por que é bom tomar suco de laranja todo dia

Pesquisadores apontaram vantagens do hábito de tomar suco de laranja diariamente após acompanharem 85 voluntários por 60 dias

O suco de laranja é uma das bebidas preferidas dos brasileiros e costuma ser consumido logo pela manhã, acompanhado de café com leite e pão com manteiga. Estudo da Universidade de São Paulo identificou mudanças benéficas na microbiota e metabolismo intestinal com o consumo diário de suco de laranja.

A pesquisa realizada por cientistas do Centro de Pesquisas em Alimentos (FoRC) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, publicado na revista Food Research International, demonstra os benefícios do consumo diário de suco de laranja para a saúde intestinal.