Vacina intranasal testada na USP tem 100% de eficácia contra a Covid-19, aponta estudo

Imunizante pioneiro, testado em camundongos, foi desenvolvido por meio de um esforço conjunto de diversas instituições.

Uma vacina intranasal contra Covid-19 apresentou 100% de eficácia contra o vírus, quando testada em camundongos. É o que aponta um estudo desenvolvido no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), em um convênio com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e parceria com pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) e Instituto de Medicina Tropical (IMT), ambos da USP, além da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisa, publicada na revista ​​Vaccines, contou também com o apoio da Fapesp.

Uma alternativa às vacinas atualmente disponíveis, de aplicação intramuscular, o novo imunizante induz imunidade pela mucosa do corpo, podendo ser aplicado pelo nariz ou pela boca na forma de “spray”. O imunizante é um dos primeiros do formato a ser testado no mundo. “Como o SARS-CoV-2 é um vírus respiratório, foi natural propor uma vacina que pudesse neutralizá-lo já na área mais propensa às suas tentativas de entrada no corpo humano, ou seja, nas vias aéreas superiores”, conta Momtchilo Russo, professor do Departamento de Imunologia do ICB e um dos coordenadores do estudo. Nas mucosas, há uma grande produção de anticorpos, incluindo a Imunoglobulina A (IgA), proteína fundamental para a nossa imunidade de mucosa.

Resumo gráfico dos mecanismos imunológicos que operam na COVID-19 – Fonte artigo

Direto no pulmão — A vacina, para despertar a imunidade, utiliza como antígeno a proteína Spike (S) — fornecida aos pesquisadores pela Profa. Leda Castilho, que coordena na UFRJ o Laboratório de Engenharia Celular —, de maneira similar a outras como a Oxford-Astrazeneca ou Janssen. Quando o indivíduo é infectado, o sistema imune detecta essa proteína S, presente no SARS-CoV-2 e induz a produção de anticorpos IgA, iniciando a ação contra o vírus no local.

A vacina contém também um adjuvante, já usado em seres humanos em outras ocasiões, o CpG. Composto por oligonucleotídeos contendo citosina e guanina, o CpG potencializa a eficácia da vacina. Para compor o produto final, o CpG e a proteína S são inseridos em uma partícula de lipídio (lipossoma).

“Trata-se de uma técnica fácil de realizar, se comparada, por exemplo, com as vacinas que usam os RNAs mensageiros, ou com as vacinas de adenovírus, que são mais complicadas de se produzir e armazenar, pois requerem temperaturas baixíssimas para a sua manutenção”, acrescenta Russo. Outra vantagem da vacina intranasal em relação às intramusculares diz respeito à sua eficácia no pulmão: ao circular pela mucosa, o imunizante atinge mais rapidamente esse órgão.

Testes em camundongos — No estudo, foi utilizado modelo animal com camundongos transgênicos que expressam o receptor do vírus nas células epiteliais do trato respiratório. Quando infectados pelo vírus, os animais desenvolvem pneumonia viral bilateral, perdem peso e a maioria sucumbe à infecção em sete dias.

Resumo gráfico dos mecanismos imunológicos que operam na COVID-19

Nos testes, 100% dos animais vacinados foram protegidos contra a infecção considerando a mortalidade ou perda de peso. A vacina intranasal mostrou-se mais eficiente na eliminação do vírus do pulmão e ao induzir a produção de anticorpos IgA, quando comparada com a aplicação subcutânea do mesmo imunizante. O fato de diminuir a carga viral no pulmão sugere que a transmissão do vírus pode ser menor com a vacina intranasal. Foi constatada a mesma proteção contra outras variantes de preocupação do SARS-CoV-2, incluindo a gamma, delta e ômicron.

“Nossa vacina também pode funcionar muito bem como reforço heterólogo, combinando-a com outros tipos de vacinas já aplicadas anteriormente, como com a AstraZeneca ou CoronaVac”, sugere o pesquisador.

Imunizante 100% nacional — O projeto surgiu com base em linhas de pesquisa anteriores de Russo, que possui experiência de mais de 30 anos em imunologia do pulmão e no conhecido papel das mucosas no sistema imune, e foi submetido pela Dra. Luciana Mirotti, que atuou como coordenadora geral. Durante seu pós-doutorado, a também imunologista trabalhou no laboratório do Prof. Russo em um modelo pulmonar buscando criar uma vacina contra asma alérgica. Posteriormente, já na Fiocruz, teve a oportunidade de participar de um projeto Inova — programa de pré-aceleração de projetos da Fundação — e convidou o antigo orientador para uma colaboração.

“Sugeri que adaptássemos nossa linha de pesquisa anterior para a produção de um imunizante contra o SARS-CoV-2. Então elaboramos uma pequena proposta de pesquisa, na qual demos como exemplo a vacina Sabin, contra a poliomielite, que é aplicada na forma oral induzindo imunidade de mucosa, algo muito positivo em face da fobia de agulha de muitas pessoas”, conta o professor.

A partir daí, iniciou-se um esforço colaborativo nas diferentes frentes e etapas necessárias à produção de uma nova vacina: produção do vírus e ensaios de neutralização no IMT da FMUSP, infecção dos camundongos, realizada no laboratório nível de segurança NB-3 da FCF-USP; imunização desses animais, realizada no ICB; e o já citado fornecimento da proteína Spike pela UFRJ, além da colaboração de pesquisadores da Fiocruz.

“Uma das ideias básicas para a implementação desse imunizante é que todos os insumos, instalações e expertise fossem disponíveis no nosso país, por isso o grande esforço de colaboração”, ressalta. O imunizante agora deverá avançar para outras etapas de teste.

UFRN oferta primeiro doutorado no interior do RN

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) oferta o primeiro doutorado no interior do estado. O curso integra o Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, vinculado à Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), em Santa Cruz-RN, e ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), em Natal-RN. Com oferta nos dois polos, há a previsão de abertura de 20 vagas a partir do primeiro semestre de 2024.

O doutorado surgiu a partir da fusão do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação com o Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, que foi aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em dezembro de 2023.

O pró-reitor de Pós-Graduação (PPG-UFRN), Rubens Maribondo, destacou a importância da aprovação do programa, que demonstra o esforço institucional para consolidar a política de interiorização do ensino de pós-graduação. O gestor ressaltou ainda o caráter descentralizado do curso, visto que envolve o CCS e a Facisa.

Informações em Ascom-Reitoria UFRN

Farmacêutica baiana é eleita “Membro Afiliado” Academia Brasileira de Ciências

A farmacêutica baiana, Dra. Bruna Aparecida Souza Machado, pesquisadora e professora titular do Centro Universitário SENAI CIMATEC, foi eleita “Membro Afiliado” da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Sua escolha aconteceu em Assembleia Geral Ordinária, realizada na segunda-feira (4), quando a Diretoria da ABC divulgou o resultado das eleições para membros titulares, correspondentes e afiliados.

A Dra. Bruna explica que os membros titulares da ABC indicam novos nomes das Regiões do Brasil, para ocupar o cargo de membros afiliados, “Concorri, com outros profissionais, a uma cadeira na área da Ciências da Saúde, mas não sabia da minha indicação. Foi uma grata surpresa”, declara.

A farmacêutica baiana foi eleita pela Região Nordeste e Espírito Santo (Região NE & ES).

Este ano as mulheres são maioria entre os titulares eleitos, com 60%. Essa proporção demonstra uma tendência rumo à igualdade de gênero no topo da carreira científica, que cada vez mais se reflete na Associação. Entre os membros afiliados, a equidade também foi atingida, com 50%.

A nova integrante da ABC, informa que esta é uma instituição, formada por cientistas de elevado renome e de diferentes áreas, que tem contribuído com os avanços tecnológicos, na educação, bem como no bem-estar da sociedade brasileira.

“É um enorme prazer e orgulho esta nomeação. Vejo como um reconhecimento pela minha trajetória profissional. Representar a instituição da qual faço parte, que é o SENAI CIMATEC, assim como a área de saúde e o nosso estado, será um privilégio”, afirma.

Reportagem publicada originalmente em www.crf-ba.org.br.

Univali se aproxima de cura para doenças degenerativas em estudo com planta brasileira

O estudo é uma colaboração entre a instituição catarinense com uma universidade da Coréia do Sul; Planta pode ser chave para combater doenças como Alzheimer, doenças Inflamatórias Intestinais e outras

A busca pelo tratamento de doenças degenerativas, como o Alzheimer, pode estar um passo mais perto da resposta com uma recente colaboração internacional entre a Univali, em Santa Catarina, e a Dankook University, na Coreia do Sul.

Anunciado nesta quarta-feira (1º) pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), o projeto de pesquisa aprovado visa explorar os potenciais medicinais da planta Guanandi (Calophyllum brasiliense). Esta árvore, nativa do Brasil, tem suas folhas tradicionalmente empregadas no tratamento de diversas condições, como inflamação e dor.

Com nove pesquisadores do curso de Farmácia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Univali envolvidos, o foco no Brasil será aprimorar métodos de extração da planta, técnicas de concentração, padronização dos materiais e coleta de dados sobre a segurança de seu uso.

Do lado da Coreia do Sul, a investigação, sob a supervisão da pesquisadora So-Young Park, buscará entender se o Guanandi pode ter efeitos benéficos em doenças associadas à inflamação, incluindo Doenças Inflamatórias Intestinais, Alzheimer e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

O plano é conduzir o estudo utilizando experimentos in vitro, seguidos por experimentos in vivo com animais. A finalidade principal é criar uma base sólida para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos ou suplementos derivados da planta Guanandi, que já demonstrou propriedades anti-inflamatórias em estudos antecedentes.

Para garantir que a pesquisa avance, um financiamento de aproximadamente R$ 350 mil foi designado para cobrir despesas e prover bolsas de pesquisa.

À frente desse projeto promissor estão pesquisadores da Univali, sob a liderança do professor Valdir Cechinel Filho, juntamente com a especialista da Coreia do Sul, So-Young Park. A colaboração entre as instituições representa um avanço potencial na busca por tratamentos inovadores para doenças degenerativas.

Guanandi: uma potência natural

Originária do Brasil, a árvore Guanandi (Calophyllum brasiliense) marca presença nas regiões de mata atlântica e cerrado. Suas folhas, ao longo dos anos, ganharam destaque na medicina popular brasileira.

Estas folhas, carregadas de história e tradição, são amplamente reconhecidas por seus usos em tratamentos de várias condições, especialmente dor e inflamação. Estudos sugerem que o Guanandi possua compostos que exibem características anti-inflamatórias e que podem oferecer benefícios terapêuticos.

Com isso em vista, um projeto de pesquisa emergente em Santa Catarina visa aprofundar o conhecimento sobre as propriedades medicinais do Guanandi. Em parceria com especialistas da Coreia do Sul, os pesquisadores buscam compreender melhor como essa planta pode ser aplicada no desenvolvimento de novos medicamentos ou suplementos.

O foco, além de identificar os benefícios gerais da planta, é investigar sua eficácia no combate a doenças específicas, como o Alzheimer, doenças Inflamatórias Intestinais e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. A jornada de pesquisa também envolve aprimorar métodos de extração para maximizar os benefícios do Guanandi.

Reportagem originalmente publicada em Visor Notícias.

Eliezer Barreiro recebe título de doutor honoris causa da Univasf

Instituição homenageia professor emérito da UFRJ pela contribuição no desenvolvimento da ciência e formação acadêmica no interior do Nordeste

O nome dele é referência na farmacologia brasileira e nas ciências biomédicas. Hoje, aos 76 anos, Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro é professor emérito da UFRJ, um título que recebeu no ano passado pela atuação na pesquisa para síntese e avaliação de novos compostos com vistas à produção de fármacos. E na tarde de sexta-feira (24/11), ele foi agraciado com mais uma homenagem no auditório Rodolpho Paulo Rocco, o “Quinhentão”, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Desta vez, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) lhe concedeu a distinção de doutor honoris causa (em tradução livre do latim, “por causa de honra”).

Com a saúde debilitada, o professor Barreiro reconheceu o esforço da Univasf em prestar a homenagem no Rio de Janeiro. O reitor da instituição superior nordestina, Telio Nobre Leite, se deslocou pessoalmente para realizar a cerimônia na UFRJ, acompanhado do proponente da homenagem, o coordenador do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN) da Univasf, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida, que, apesar de não ter recebido orientação de Eliezer Barreiro nem no mestrado e nem no doutorado, creditou ao docente parte da responsabilidade pela origem do curso de Farmácia, por seus conselhos e opiniões.

O professor Eliezer Barreiro confessou enorme alegria pela homenagem. Segundo ele, esse título de doutor honoris causa tem um sabor “mais temperado”, pelo progresso que a Univasf tem tido nas duas últimas décadas. “A instituição tem grupos de pesquisas de excelência nacional e internacional. Quando estive na Capes, como coordenador de área, identifiquei que surgia, com a liderança do professor Jackson, um grupo de pesquisa muito produtivo. Eu me vejo gratificado com esse reconhecimento, para mim exagerado, da parte da Univasf”, disse o homenageado antes do início da cerimônia.

Para o reitor da Univasf, o professor Eliezer Barreiro é uma inspiração por contribuir para o surgimento de novas lideranças científicas e por acreditar no potencial dos nordestinos. “O professor está na história de nossa universidade. O título é para deixar registrada a contribuição importante dele para nós, desde a formação de professores na área de ciências farmacêuticas até a origem do curso. Iria aonde ele estivesse para fazer esta homenagem. O professor é um incentivador da pesquisa e de nossos eventos acadêmicos. Eliezer é um mentor, um guia e uma inspiração para os professores e estudantes de Farmácia”, disse Télio Leite.

Em 2002, a Univasf surgiu como primeira universidade federal a ser implantada no interior do Nordeste brasileiro, levando conhecimento, capacitação e formação para o semiárido. Com sede em Petrolina (PE), a instituição ainda possui outros campi ao longo do rio São Francisco, em Pernambuco (Petrolina e Salgueiro), Bahia (Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso) e Piauí (São Raimundo Nonato).

De acordo com o professor Jackson Almeida, o homenageado sempre foi solícito e atencioso quando era procurado para dar conselhos e opiniões sobre o projeto pedagógico para a criação do curso de Farmácia. “O professor Eliezer contribuiu para reduzir as assimetrias regionais no ensino do Brasil. Ano a ano, desde 2007, participou dos simpósios que realizamos, exceto o último, ocorrido em setembro, quando não pôde estar presente. É uma homenagem também de todas as universidades do Nordeste”, afirmou o coordenador do NPPN/Univasf.

O reitor da UFRJ afirmou que Eliezer de Jesus é magnífico por tudo o que fez na carreira em favor da ciência, da saúde e da química medicinal no Brasil. “A nossa faculdade de Farmácia e o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) contribuem para o país, para o Sistema Único de Saúde, não apenas na formação de técnicos qualificados, mas de cidadãos éticos e comprometidos com a transformação social. O professor Eliezer é uma ‘joia da coroa’ da UFRJ por tudo o que fez, com zelo, respeito e cuidado. Muitas vezes eu o via sair daqui tarde da noite. Uma enorme dedicação para a ciência e a saúde”, concluiu Roberto Medronho.

Por Por Sidney Rodrigues Coutinho

Reportagem publicada originalmente em Conexão UFRJ

ABCF Jovem reforça a participação de novos pesquisadores em Ciências Farmacêuticas na ABCF

Dirigentes convidam estudantes de graduação, mestrado e doutorado a promoverem integração diversificada da profissão

A Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) não só promove a excelência acadêmica, mas também busca ampliar a influência dos jovens pesquisadores por meio de um novo segmento, a ABCF Jovem.

A ABCF Jovem foi criada para incentivar e atrair para a ABCF estudantes de graduação e de pós-graduação das Ciências Farmacêuticas. A ideia é fazer com que esses jovens pesquisadores não sejam meros espectadores, mas também participem e envolvam-se de modo efetivo nas atividades da Associação.

Sob a liderança de duas pós-graduandas, Samanta da Silva Gündel e Izadora Borgmann Frizzo, a ABCF Jovem se transformou em um ambiente dinâmico para a interação de estudantes de diferentes níveis acadêmicos com a diretoria da ABCF. “Hoje trabalhamos de forma integrada com a diretoria da ABCF apontando as necessidades, ajudando a construir e melhorar a Associação. Além disso, estamos participando ativamente no fortalecimento das Ciências Farmacêuticas e incentivando a participação de jovens pesquisadores e farmacêuticos na ABCF”, conta Samanta.

Izadora Borgmann Frizzo – Diretora da ABCF Jovem

A jovem pesquisadora Samanta é farmacêutica formada pela Universidade Franciscana (UFN). Atualmente é doutoranda em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi eleita pelos representantes discentes dos PPGs da área de Farmácia da CAPES para liderar a ABCF Jovem. “Desde o início, encantei-me pela pesquisa científica, seus desafios e pelo aprendizado constante no laboratório”, conta Samanta.

Samanta da Silva Gündel – Diretora da ABCF Jovem

Formada em Farmácia pela Universidade de Passo Fundo (UPF), com mestrado em Análises Clínicas e atual doutoranda em Farmácia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Izadora é vinculada ao Laboratório de Microbiologia Molecular Aplicada (MiMA – UFSC). Sua trajetória é marcada pelo interesse crescente na pesquisa, buscando oportunidades desde a graduação.

“Sou uma apaixonada pela ciência e fico feliz em identificar isso desde cedo, com minha graduação. Entendo a importância e a diferença que a ciência pode fazer no núcleo social. Por isso, insisto nessa caminhada”, pontua a pesquisadora Izadora.

Com foco em aumentar a visibilidade da ABCF, a ABCF Jovem está atuando na difusão de informações sobre a Associação e, consequentemente, no fortalecimento da ciência. “Os profissionais brasileiros se destacam globalmente na ciência, mas a comunidade científica do país enfrenta desafios que, geralmente, limitam seu progresso. Temos que iniciar uma mudança nesse processo desde cedo e a ABCF Jovem pode contribuir bastante neste sentido”, ressalta Samanta.

Faça parte da ABCF Jovem

Com o propósito de expandir o seu alcance, a ABCF Jovem convida jovens pesquisadores das Ciências Farmacêuticas a se associarem à ABCF e a terem voz ativa na definição de diretrizes e iniciativas dentro da sua área de atuação.

Podem integrar a ABCF estudantes da graduação, mestrado ou doutorado da área de Ciências Farmacêuticas e áreas afins. A ABCF Jovem foi criada para estimular a participação ativa desses estudantes em discussões e programas que impulsionam a área.

“A Associação procura ativamente ouvir e dar voz aos pesquisadores do presente e do futuro, como evidenciado na recente participação dos discentes na preparação do próximo Congresso da ABCF, marcado para 2024”, frisa Samanta. A pesquisadora Izadora complementa: “fazendo parte desta iniciativa, o jovem contribui com a sua perspectiva para o desenvolvimento contínuo das Ciências Farmacêuticas, para a descobertas de novas pesquisas”.

Ao se associar a ABCF, além de fazer parte de uma associação que promove e incentiva as Ciências Farmacêuticas, o associado também tem descontos em inscrições de eventos científicos e em ações de empresas associadas.

Para se associar-se à ABCF é simples. Basta clicar aqui para preencher a ficha de cadastro, fazer o pagamento da anuidade e pronto! Você passa a integrar esse time de pesquisadores que se uniram em prol das Ciências Farmacêuticas.

Dúvidas e informações podem ser esclarecidas pelo e-mail: abcfjovem@gmail.com

Reconstrução da ciência brasileira depende de orçamento robusto

Artigo assinado por Charles Morphy D. Santos, pró-reitor de Pós-graduação da Universidade Federal do ABC (UFABC), e Lucindo J. Quintans Júnior, pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Após um quadriênio de negacionismo científico e ataques às universidades e institutos de pesquisa, a revitalização de programas estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e as ações tomadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à pesquisa do país, são fundamentais para a reconstrução do panorama acadêmico-científico nacional. No entanto, não há como reposicionar a nossa ciência no âmbito internacional sem orçamento adequado. Os resultados parciais do último edital Universal do CNPq, uma das mais basilares fontes de recursos para o pesquisador brasileiro, divulgados em 19 de outubro, mostram que o fomento à pesquisa ainda é claudicante no Brasil.

O Universal do CNPq, que passou anos sem chamadas abertas, objetiva apoiar projetos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento. O edital aberto em junho deste ano destinava-se a grupos emergentes, com equipes de no mínimo três doutores, e grupos consolidados, para equipes maiores, com cinco ou mais doutores em pelo menos duas instituições distintas.

Os resultados parciais dessa chamada sinalizam um desafio para a comunidade científica brasileira. Ainda que o montante de 300 milhões de reais (cerca de 60 milhões de dólares) destinado a esta chamada Universal seja um passo significativo para fora das trevas dos últimos quatro anos, há espaço para avançar muito mais.

São números impressionantes, mas não surpreendentes: 9.757 propostas submetidas, das quais 7.671 recomendadas. Contudo, apenas 2.751 propostas foram aprovadas (28%), totalizando cerca de 270 milhões de reais em recursos destinados aos projetos. Essa discrepância entre projetos recomendados, alguns com avaliações excelentes dos pareceristas ad hoc, especialistas nas temáticas dos projetos, e aqueles que efetivamente serão financiados aponta para a existência de um rol relevante (72%) de propostas meritórias sem financiamento. Projetos importantes para o desenvolvimento do país estão sendo, de certa forma, negligenciados. O CNPq deve considerar formas alternativas de apoiá-los.

Levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) indica predominância de projetos aprovados na Região Sudeste, que abriga o maior número de programas de pós-graduação e grupos de pesquisa no Brasil: 1152 propostas, totalizando 116 milhões de reais. Para a região Nordeste, foram 639 propostas aprovadas (quase 61 milhões de reais), enquanto o aporte para as 615 propostas aprovadas na região Sul foi de 60 milhões de reais. As regiões Norte e Centro-Oeste, somadas, tiveram 345 propostas aprovadas para um total de 33 milhões de reais.

Até o momento, antes da análise dos pedidos de reconsideração pelo CNPq, foram aprovados cerca de 270 milhões de reais para grupos de pesquisa em todo o território brasileiro. Esse número é pouco expressivo quando comparado ao fomento à pesquisa em países protagonistas mundiais em ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Para 2023, por exemplo, a National Science Foundation (NSF), uma das agências governamentais dos Estados Unidos que promovem a pesquisa científica, teve aprovado um orçamento de cerca de 11 bilhões de dólares (cerca de 55 bilhões de reais). Todo o orçamento do edital Universal do CNPq foi menor do que o que o governo dos EUA destinou somente para apoio logístico na Antártida (90 milhões de dólares). Segundo o portal da transparência do governo federal, as despesas previstas para o CNPq em 2023 não chegam a 2 bilhões de reais (400 milhões de dólares), ou seja, menos de 5% do orçamento da NSF.

Dada sua importância no desenvolvimento da ciência nacional, é imprescindível ampliar substancialmente os valores aportados nas próximas chamadas públicas do CNPq. É também essencial que o CNPq possua perenidade e periodicidade nos seus editais. Isso permite que os cientistas brasileiros planejem suas atividades de pesquisa, dialogando, inclusive, com momentos cruciais, como as avaliações da pós-graduação realizadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O ecossistema de CT&I produz melhores resultados quando há maior previsibilidade no financiamento e planejamento conjunto de ações.

A alta demanda registrada no edital Universal corrobora a importância da urgente necessidade de um reforço no orçamento do CNPq, que sofreu com duros e desarrazoados cortes nos últimos dois governos federais. A China, que na década de 1990 possuía indicadores inferiores ao Brasil, hoje é a segunda potência mundial no desenvolvimento de CT&I. Investimento perene e robusto, planejamento estratégico e apoio às universidades e centros de pesquisa são os pilares do desenvolvimento chinês. Portanto, é fundamental que o Governo Federal reconheça a necessidade de recursos significativamente maiores para garantir que o Brasil possa competir globalmente em pesquisa e inovação.

O investimento em pesquisa é um catalisador para o crescimento econômico e possui relação direta com a melhoria da qualidade de vida da população. Do compromisso contínuo com o investimento e a colaboração entre governo, pesquisadores e instituições de ensino e pesquisa dependem o futuro da CT&I no Brasil.

*O artigo expressa exclusivamente a opinião dos autores

** reportagem publicada originalmente no Jornal da Ciência, no dia 26/10/2023.

ABCF faz campanha para atrair estudantes da pós-graduação

A Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) está realizando a campanha “ABCF leva você ao VII ABCF Congress 2024, em Floripa, com tudo pago!”. O programa de pós-graduação com maior número de associados à ABCF até o dia 10 de novembro de 2023 ganhará uma viagem para o Congresso da ABCF 2024 com as despesas pagas. O objetivo principal da ação é promover a participação ativa dos programas de pós-graduação na ABCF, fortalecendo a associação e a conexão entre os pesquisadores.

A campanha se estenderá até o dia 10 de novembro. Os estudantes devem preencher os dados para associação no site da ABCF, pagar a anuidade e pronto, o programa de pós-graduação já está participando da premiação. Vale ressaltar que quanto mais um programa de pós-graduação se associar à ABCF durante o período da ação, maiores serão as chances de ganhar o prêmio.

A coordenação do programa de pós-graduação ficará responsável em destinar o prêmio que consiste na inscrição, passagem aérea e hospedagem para o ABCF Congress 2024, que será realizado em Florianópolis.

“Esta ação é uma oportunidade para os programas de pós-graduação mostrarem seu apoio à ABCF e, ao mesmo tempo, serem premiados”, disse Guilherme Martins Gelfuso, presidente da ABCF. “Contamos com a adesão dos estudantes dos programas para juntos trabalharmos em prol da pesquisa farmacêutica brasileira.”

Como se associar

O estudante, profissional ou pesquisador, deve acessar a área do associado, se registrar preenchendo os dados do formulário. Após o preenchimento dos dados, o sistema gera um boleto para pagamento. Assim que o pagamento for identificado, o associado já pode desfrutar dos benefícios da ABCF.

Sobre a ABCF

A ABCF é uma entidade sem fins lucrativos que visa fortalecer e dar voz aos pesquisadores da área das Ciências Farmacêuticas junto aos diferentes órgãos acadêmicos e científicos. Fundada em 2003, durante o Congresso Internacional de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, a associação tem desempenhado um papel fundamental na interlocução da área com as agências de fomento, estimulando a cooperação entre pesquisadores por meio de eventos e iniciativas.

Além de representar a classe, os associados da ABCF têm descontos em ações com empresas associadas e promoções de eventos científicos internacionais. Podem se associar a ABCF pesquisadores, graduados ou estudantes em áreas correlacionadas às Ciências Farmacêuticas.

O regulamento completo da campanha está disponível no aqui.

PRPG/UFPI agracia pesquisa inédita e internacional sobre melancia com entrega de certificado

Há muito tempo, ouvia-se que a melancia é uma fruta que provoca enxaqueca ao ser consumida. Nesse sentido, por meio de pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Piauí (UFPI), essa história popular foi comprovada e transmitida à comunidade acadêmica e externa, tendo inclusive sido publicada em revistas internacionais. 

Desta forma, na tarde desta terça-feira (12/9), a Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação (PRPG) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) consagrou a finalização do projeto de pesquisa produzido pelo Professor da UFDPar, Silva Néto, com a entrega do certificado de conclusão do estágio de Pós-Doutorado, realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, ao agora egresso da instituição. Na oportunidade, estiveram presentes a Pró-Reitora Regilda Moreira-Araújo; o Supervisor do estágio e professor da PPG em Ciências Farmacêuticas, Prof. Luciano da Silva Lopes; e o atual Coordenador do PPG em Ciências Farmacêuticas, André Luis Menezes Carvalho.

O estudo trata-se de ensaio clínico intervencionista para caracterizar a ingestão de melancia como fator de ativação da via L-arginina-óxido nítrico e de deflagração de crises de cefaleia em pacientes com enxaqueca. Durante o estágio, segundo o prof. Silva Néto, para que o estudo fosse comprovado na prática, foi realizada uma amostra, na qual foram formados dois grupos, divididos entre pessoas que tinham enxaqueca e as que não eram acometidas pela doença. Na investigação, ambos os grupos ingeriram a melancia e depois de 2 horas da ingestão foi feita a dosagem sanguínea para determinar os níveis séricos de nitrito. Em conclusão, 29% do grupo que já apresentava dores de cabeça, após o consumo, sentiu-as outra vez, enquanto os que não tinham a enfermidade, não tiveram complicações.

A pesquisa inédita, tendo em vista que até então não existia nenhum trabalho mostrando que a melancia provoca enxaqueca, cientificamente, foi publicada em revistas internacionais como European Neurology, em 2023 de tema, Migraine attacks triggered by ingestion of watermelon (Citrullus lanatus): A source of citrulline activating the L-arginine-nitric oxide pathway; e Postgraduate Medicine, em 2021 com o nome “Watermelon and others plant foods that trigger headache in migraine patients“, ambas contaram também com a participação do Prof. Luciano da Silva Lopes.

Profa. Regilda Moreira-Araújo evidencia o papel da UFPI na promoção de pesquisas acadêmicas

“A descoberta importante dentro do Programa de Pós-Graduação da Universidade, que já conta com publicações internacionais, evidencia os esforços da instituição em promover a pesquisa e a mobilidade acadêmica”, assim relatou a Pró-Reitora da PRPG, Regilda Moreira Araújo, durante a entrega do certificado. Com entusiasmo, a docente da UFPI ressaltou sua satisfação em ver o êxito dos programas, dos professores, discentes, bem como de todo o corpo que forma a Universidade. Excelência a qual possibilitou a nota cinco pela CAPES, em que a Pós-Graduação teve um papel muito relevante nesta conquista.

“Quando a gente produz trabalhos de impacto, os quais vão ser publicados internacionalmente, acaba que chamamos a atenção para a nossa instituição, para os nossos programas, pois outros pesquisadores vão ler e, por conseguinte, convidar nossos discentes para parcerias, intercâmbios, para compartilhar esse conhecimento. Isso faz com que a UFPI cada vez mais tenha visibilidade e consiga melhor evoluir seu ranqueamento junto às outras instituições de ensino superior”, enfatizou.

Pesquisador agraciado destaca o estudo inédito

A pesquisa idealizada pelo Prof. Silva Néto começou há mais de seis anos quando ingressou em seu Doutorado. Continuar a debruçar-se sobre o assunto no estágio de Pós-Doutorado na UFPI era um anseio do docente, que durante cerca de quase dois anos estudou experimentalmente o tema no Departamento de Biofísica e Fisiologia da universidade.

“A gente já sabia da participação do óxido nítrico na fisiopatologia da doença e agora reforça-se essa teoria, pois essa molécula advém dos aminoácidos que estão na melancia. Com essa pesquisa, entendemos que a fruta realmente causa dor de cabeça e o motivo disso ocorrer, tendo em vista que agora não é mais só uma crença, é algo com embasamento científico. Além disso, o projeto abre caminho para novos estudos que poderão surgir à luz dessa temática”, destacou o pesquisador.

Supervisor do Estágio, Prof. Luciano Lopes, discursa sobre as contribuições da pesquisa

Como Supervisor do estágio, o Prof. Luciano da Silva Lopes evidencia que o projeto é algo bastante interessante, por ser uma área curiosa, em que estuda-se o efeito de alimentos comuns no dia a dia, assim como a interferência destes em algumas doenças e, especificamente, no caso da enxaqueca. “Foi um achado científico muito importante, o qual demonstra que o programa tem uma estrutura capaz de desenvolver projetos que são importantes, inclusive, com impactos para as pessoas de uma forma geral. Então, são muitas as contribuições que isso trouxe para a comunidade, na verdade, um dos objetivos da ciência é trazer algum tipo de benefício, que nem sempre é visto pela população, mas nesse caso é a explicação de algo que já se sabia ou pelo menos já se tinha uma informação prévia”, disse.

O Coordenador do PPG enfatiza a importância do programa para a comunidade

Para o Coordenador do PPG, Prof. André Luis Menezes Carvalho, o trabalho é extremamente importante e inovador, com alta capacidade de trazer visibilidade ao estudo desenvolvido pelo corpo acadêmico. “A qualidade do trabalho que foi desenvolvido nos fortalece enquanto Programa de Pós-graduação e ajuda na formação de novos recursos humanos, na elaboração de novos projetos e investigações futuras nesta área”, pontuou.

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas é o único da região meio norte, e a partir de 2024 apresentará a primeira turma de doutores formados pela Universidade Federal do Piauí.

Reportagem publicada originalmente no portal da UFPI.

A trajetória de Teresa Dalla Costa na promoção das Ciências Farmacêuticas no Brasil

Para Teresa Dalla Costa, associados mais jovens têm papel fundamental no fortalecimento e representatividade da entidade

Aproximar-se das agências de fomento, congregar e dar representatividade aos pesquisadores da área de Ciências Farmacêuticas são pilares fundamentais da atuação da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF), que completa duas décadas de existência em 2023. Uma personalidade que esteve presente nas reuniões antes mesmo da fundação da associação era Teresa Dalla Costa.

Em 2012, a Professora Titular da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) iniciou a sua atuação na diretoria da ABCF como Secretária Geral, durante a presidência da Profa. Suely Galdino. Teresa foi vice-presidente da ABCF até 2016. No ano seguinte, assumiu a presidência da entidade, onde ficou até 2018. Durante seu período na diretoria, participou da organização dos primeiros congressos próprios da ABCF, que iniciaram em 2012.

Na entrevista a seguir, a professora conta que seu maior desafio à frente da diretoria – e esse desafio não é exclusivo da ABCF, mas também de outras entidades científicas no país – foi a busca por aumentar o número de associados efetivos e engajar os participantes nas atividades propostas. “É fundamental que docentes e pesquisadores participem de sociedades científicas em suas áreas de atuação”, afirma.

Uma realização relevante da gestão de Teresa para a ABCF foi a parceria estabelecida com a Secad/Editora Panamericana para o PROFARMA, programa de educação continuada em Assistência Farmacêutica, Farmácia Clínica e Cuidado Farmacêutico. Os organizadores do material do PROFARMA são docentes e/ou pesquisadores associados da ABCF, indicados pela entidade. Deste modo, além de dar o aval científico para o programa, a ABCF ganha royalties que têm sido muito importantes para a saúde financeira da entidade.

Apesar das dificuldades, Teresa olha com orgulho as realizações de sua gestão, com destaque para a efetivação do Fórum de Coordenadores de Pós-graduação da Área de Farmácia como Comissão Especial da ABCF. Com a organização, o Fórum passou a ter um regimento, tornando-se parte da estrutura organizacional da ABCF e ganhando mais força em suas ações.

A professora também destaca que, na sua gestão, a associação colaborou com a organização de encontros regionais, nos quais a história e importância da ABCF para a consolidação da área de farmácia no país eram contadas por um dos fundadores da entidade. Nessa atividade, Teresa destaca a colaboração fundamental do fundador e ex-presidente da ABCF, Prof. João Callegari Lopes, que ministrou essas palestras nos eventos que ocorreram no Sul, Sudeste e Nordeste do país.

Em 2018, a ABCF voltou a realizar atividades científicas nas Reuniões Anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade à qual a associação é filiada. Teresa também destaca que, durante sua gestão organizou-se o IV Congresso da ABCF, que ocorreu em São Paulo, onde houve apresentação de 426 trabalhos aceitos na forma de resumos.

Especializada em Farmacocinética, com Doutorado em Farmácia pela University of Florida, nos Estados Unidos, Teresa vê com otimismo o período de crescimento da ABCF, com a entrada de mais pesquisadores da área de ciências farmacêuticas, ampliando sua inserção na sociedade e fortalecendo-se como uma entidade representativa da área. “Creio que os associados mais jovens têm um papel fundamental nesse processo e acredito que estão preparados para o desafio”, afirma.