Estão abertas no período de 16/10/2023 a 26/01/2024, as inscrições ao processo seletivo para o Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia. As vagas são para mestrado e doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, campus Araraquara.
Mestrado profissional em Engenharia de Biomateriais e Bioprocessos, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, em Araraquara
Estarão abertas, até o dia 26/01/2024, as inscrições ao processo seletivo para o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biomateriais e Bioprocessos, Mestrado Profissional, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) do Câmpus de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Unifal – MG tem concurso aberto para docentes
A Unifal~MG está com inscrições abertas para concursos de docentes nas áreas de Ciências da Saúde/Enfermagem /Saúde Pública (1); Ciências da Saúde/ Ciências Farmacêuticas/Saúde Coletiva (1); Ciências Biológicas/Biotecnologia, entre outras áreas.
As inscrições podem ser feitas até o dia 19/01/2024, às 18h, exclusivamente online, pelo endereço eletrônico: https://sistemas.unifalmg.edu.br/app/rh/inscricoes.
Vagas em mestrado e doutorado em Ciências Farmacêuticas na UFMS
Estão abertas até o dia 15/01/2024, as inscrições para processo seletivo de candidatos brasileiros e estrangeiros para preenchimento de vagas nos cursos de mestrado e de doutorado dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu (PPGs) da UFMS, para ingresso no primeiro semestre do ano letivo de 2024.
As inscrições podem ser feitas no site https://posgraduacao.ufms.br/portal.
Vaga para professor doutor na USP Ribeirão
Com o objetivo de realizar a contratação de um professor doutor, a Universidade de São Paulo (USP), anuncia a abertura das inscrições de um novo Concurso Público, no Departamento de Ciências Biomoleculares da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto.
De acordo com o edital, a vaga é ofertada ao docente da área de Bioanalítica Aplicada à Descoberta e Desenvolvimento de Novos Fármacos e Fórmulas Terapêuticas, para lecionar as disciplinas de Farmacologia I, Farmacologia II, Análise Química I: Físico-Química e Análise Química II: Físico-Química.
Para se inscrever, é necessário possuir graduação completa em nível superior, com doutorado na área pleiteada.
Quando contratado, a remuneração ofertada ao docente equivale a R$ 14.761,02, referente a jornada de trabalho em Regime de Dedicação Integral à Docência e Pesquisa (RDIDP).
Como participar
Os interessados devem se inscrever a partir das 8h do dia 13 de novembro de 2023 até às 17h do dia 11 de janeiro de 2024, exclusivamente via internet, por meio do endereço eletrônico da Universidade.
Como forma de classificação, os candidatos inscritos serão avaliados por meio de prova escrita, julgamento do memorial com prova pública de arguição e prova didática.
Este Concurso terá validade imediata e será proposto para nomeação somente o candidato indicado para o cargo posto.
Jornalista: Ana Flávia Martin
Vaga na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
A Universidade de São Paulo (USP), por meio da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, divulgou a abertura de inscrições para um novo Concurso Público, que tem como objetivo o provimento de um cargo de Professor Titular, com candidato portador do título de Livre-Docente.
Segundo o edital, a oportunidade é na área de Ciências Farmacêuticas.
Ao ser admitido, o profissional deverá atuar em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa, referente remuneração mensal no valor de R$ 21.942,70.
Para participar
Os interessados podem se inscrever exclusivamente pela internet, no período das 9h do dia 16 de novembro de 2023 até às 10h do dia 13 de maio de 2024, observando o horário de Brasília – DF, no site da USP.
Como forma de classificação, os concorrentes serão avaliados por meio das seguintes etapas: julgamento dos títulos – peso 4; prova pública oral de erudição; prova pública de arguição do memorial.
Validade
O concurso terá validade imediata e será proposto para nomeação somente o candidato indicado para o cargo posto em concurso.
Jornalista: Ana Luiza Nogueira
Univali se aproxima de cura para doenças degenerativas em estudo com planta brasileira
O estudo é uma colaboração entre a instituição catarinense com uma universidade da Coréia do Sul; Planta pode ser chave para combater doenças como Alzheimer, doenças Inflamatórias Intestinais e outras
A busca pelo tratamento de doenças degenerativas, como o Alzheimer, pode estar um passo mais perto da resposta com uma recente colaboração internacional entre a Univali, em Santa Catarina, e a Dankook University, na Coreia do Sul.
Anunciado nesta quarta-feira (1º) pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), o projeto de pesquisa aprovado visa explorar os potenciais medicinais da planta Guanandi (Calophyllum brasiliense). Esta árvore, nativa do Brasil, tem suas folhas tradicionalmente empregadas no tratamento de diversas condições, como inflamação e dor.
Com nove pesquisadores do curso de Farmácia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Univali envolvidos, o foco no Brasil será aprimorar métodos de extração da planta, técnicas de concentração, padronização dos materiais e coleta de dados sobre a segurança de seu uso.
Do lado da Coreia do Sul, a investigação, sob a supervisão da pesquisadora So-Young Park, buscará entender se o Guanandi pode ter efeitos benéficos em doenças associadas à inflamação, incluindo Doenças Inflamatórias Intestinais, Alzheimer e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
O plano é conduzir o estudo utilizando experimentos in vitro, seguidos por experimentos in vivo com animais. A finalidade principal é criar uma base sólida para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos ou suplementos derivados da planta Guanandi, que já demonstrou propriedades anti-inflamatórias em estudos antecedentes.
Para garantir que a pesquisa avance, um financiamento de aproximadamente R$ 350 mil foi designado para cobrir despesas e prover bolsas de pesquisa.
À frente desse projeto promissor estão pesquisadores da Univali, sob a liderança do professor Valdir Cechinel Filho, juntamente com a especialista da Coreia do Sul, So-Young Park. A colaboração entre as instituições representa um avanço potencial na busca por tratamentos inovadores para doenças degenerativas.
Guanandi: uma potência natural
Originária do Brasil, a árvore Guanandi (Calophyllum brasiliense) marca presença nas regiões de mata atlântica e cerrado. Suas folhas, ao longo dos anos, ganharam destaque na medicina popular brasileira.
Estas folhas, carregadas de história e tradição, são amplamente reconhecidas por seus usos em tratamentos de várias condições, especialmente dor e inflamação. Estudos sugerem que o Guanandi possua compostos que exibem características anti-inflamatórias e que podem oferecer benefícios terapêuticos.
Com isso em vista, um projeto de pesquisa emergente em Santa Catarina visa aprofundar o conhecimento sobre as propriedades medicinais do Guanandi. Em parceria com especialistas da Coreia do Sul, os pesquisadores buscam compreender melhor como essa planta pode ser aplicada no desenvolvimento de novos medicamentos ou suplementos.
O foco, além de identificar os benefícios gerais da planta, é investigar sua eficácia no combate a doenças específicas, como o Alzheimer, doenças Inflamatórias Intestinais e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. A jornada de pesquisa também envolve aprimorar métodos de extração para maximizar os benefícios do Guanandi.
Reportagem originalmente publicada em Visor Notícias.
Eliezer Barreiro recebe título de doutor honoris causa da Univasf
Instituição homenageia professor emérito da UFRJ pela contribuição no desenvolvimento da ciência e formação acadêmica no interior do Nordeste
O nome dele é referência na farmacologia brasileira e nas ciências biomédicas. Hoje, aos 76 anos, Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro é professor emérito da UFRJ, um título que recebeu no ano passado pela atuação na pesquisa para síntese e avaliação de novos compostos com vistas à produção de fármacos. E na tarde de sexta-feira (24/11), ele foi agraciado com mais uma homenagem no auditório Rodolpho Paulo Rocco, o “Quinhentão”, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Desta vez, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) lhe concedeu a distinção de doutor honoris causa (em tradução livre do latim, “por causa de honra”).
Com a saúde debilitada, o professor Barreiro reconheceu o esforço da Univasf em prestar a homenagem no Rio de Janeiro. O reitor da instituição superior nordestina, Telio Nobre Leite, se deslocou pessoalmente para realizar a cerimônia na UFRJ, acompanhado do proponente da homenagem, o coordenador do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN) da Univasf, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida, que, apesar de não ter recebido orientação de Eliezer Barreiro nem no mestrado e nem no doutorado, creditou ao docente parte da responsabilidade pela origem do curso de Farmácia, por seus conselhos e opiniões.
O professor Eliezer Barreiro confessou enorme alegria pela homenagem. Segundo ele, esse título de doutor honoris causa tem um sabor “mais temperado”, pelo progresso que a Univasf tem tido nas duas últimas décadas. “A instituição tem grupos de pesquisas de excelência nacional e internacional. Quando estive na Capes, como coordenador de área, identifiquei que surgia, com a liderança do professor Jackson, um grupo de pesquisa muito produtivo. Eu me vejo gratificado com esse reconhecimento, para mim exagerado, da parte da Univasf”, disse o homenageado antes do início da cerimônia.
Para o reitor da Univasf, o professor Eliezer Barreiro é uma inspiração por contribuir para o surgimento de novas lideranças científicas e por acreditar no potencial dos nordestinos. “O professor está na história de nossa universidade. O título é para deixar registrada a contribuição importante dele para nós, desde a formação de professores na área de ciências farmacêuticas até a origem do curso. Iria aonde ele estivesse para fazer esta homenagem. O professor é um incentivador da pesquisa e de nossos eventos acadêmicos. Eliezer é um mentor, um guia e uma inspiração para os professores e estudantes de Farmácia”, disse Télio Leite.
Em 2002, a Univasf surgiu como primeira universidade federal a ser implantada no interior do Nordeste brasileiro, levando conhecimento, capacitação e formação para o semiárido. Com sede em Petrolina (PE), a instituição ainda possui outros campi ao longo do rio São Francisco, em Pernambuco (Petrolina e Salgueiro), Bahia (Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso) e Piauí (São Raimundo Nonato).
De acordo com o professor Jackson Almeida, o homenageado sempre foi solícito e atencioso quando era procurado para dar conselhos e opiniões sobre o projeto pedagógico para a criação do curso de Farmácia. “O professor Eliezer contribuiu para reduzir as assimetrias regionais no ensino do Brasil. Ano a ano, desde 2007, participou dos simpósios que realizamos, exceto o último, ocorrido em setembro, quando não pôde estar presente. É uma homenagem também de todas as universidades do Nordeste”, afirmou o coordenador do NPPN/Univasf.
O reitor da UFRJ afirmou que Eliezer de Jesus é magnífico por tudo o que fez na carreira em favor da ciência, da saúde e da química medicinal no Brasil. “A nossa faculdade de Farmácia e o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) contribuem para o país, para o Sistema Único de Saúde, não apenas na formação de técnicos qualificados, mas de cidadãos éticos e comprometidos com a transformação social. O professor Eliezer é uma ‘joia da coroa’ da UFRJ por tudo o que fez, com zelo, respeito e cuidado. Muitas vezes eu o via sair daqui tarde da noite. Uma enorme dedicação para a ciência e a saúde”, concluiu Roberto Medronho.
Por Por Sidney Rodrigues Coutinho
Reportagem publicada originalmente em Conexão UFRJ
ABCF Jovem reforça a participação de novos pesquisadores em Ciências Farmacêuticas na ABCF
Dirigentes convidam estudantes de graduação, mestrado e doutorado a promoverem integração diversificada da profissão
A Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) não só promove a excelência acadêmica, mas também busca ampliar a influência dos jovens pesquisadores por meio de um novo segmento, a ABCF Jovem.
A ABCF Jovem foi criada para incentivar e atrair para a ABCF estudantes de graduação e de pós-graduação das Ciências Farmacêuticas. A ideia é fazer com que esses jovens pesquisadores não sejam meros espectadores, mas também participem e envolvam-se de modo efetivo nas atividades da Associação.
Sob a liderança de duas pós-graduandas, Samanta da Silva Gündel e Izadora Borgmann Frizzo, a ABCF Jovem se transformou em um ambiente dinâmico para a interação de estudantes de diferentes níveis acadêmicos com a diretoria da ABCF. “Hoje trabalhamos de forma integrada com a diretoria da ABCF apontando as necessidades, ajudando a construir e melhorar a Associação. Além disso, estamos participando ativamente no fortalecimento das Ciências Farmacêuticas e incentivando a participação de jovens pesquisadores e farmacêuticos na ABCF”, conta Samanta.

A jovem pesquisadora Samanta é farmacêutica formada pela Universidade Franciscana (UFN). Atualmente é doutoranda em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi eleita pelos representantes discentes dos PPGs da área de Farmácia da CAPES para liderar a ABCF Jovem. “Desde o início, encantei-me pela pesquisa científica, seus desafios e pelo aprendizado constante no laboratório”, conta Samanta.

Formada em Farmácia pela Universidade de Passo Fundo (UPF), com mestrado em Análises Clínicas e atual doutoranda em Farmácia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Izadora é vinculada ao Laboratório de Microbiologia Molecular Aplicada (MiMA – UFSC). Sua trajetória é marcada pelo interesse crescente na pesquisa, buscando oportunidades desde a graduação.
“Sou uma apaixonada pela ciência e fico feliz em identificar isso desde cedo, com minha graduação. Entendo a importância e a diferença que a ciência pode fazer no núcleo social. Por isso, insisto nessa caminhada”, pontua a pesquisadora Izadora.
Com foco em aumentar a visibilidade da ABCF, a ABCF Jovem está atuando na difusão de informações sobre a Associação e, consequentemente, no fortalecimento da ciência. “Os profissionais brasileiros se destacam globalmente na ciência, mas a comunidade científica do país enfrenta desafios que, geralmente, limitam seu progresso. Temos que iniciar uma mudança nesse processo desde cedo e a ABCF Jovem pode contribuir bastante neste sentido”, ressalta Samanta.
Faça parte da ABCF Jovem
Com o propósito de expandir o seu alcance, a ABCF Jovem convida jovens pesquisadores das Ciências Farmacêuticas a se associarem à ABCF e a terem voz ativa na definição de diretrizes e iniciativas dentro da sua área de atuação.
Podem integrar a ABCF estudantes da graduação, mestrado ou doutorado da área de Ciências Farmacêuticas e áreas afins. A ABCF Jovem foi criada para estimular a participação ativa desses estudantes em discussões e programas que impulsionam a área.
“A Associação procura ativamente ouvir e dar voz aos pesquisadores do presente e do futuro, como evidenciado na recente participação dos discentes na preparação do próximo Congresso da ABCF, marcado para 2024”, frisa Samanta. A pesquisadora Izadora complementa: “fazendo parte desta iniciativa, o jovem contribui com a sua perspectiva para o desenvolvimento contínuo das Ciências Farmacêuticas, para a descobertas de novas pesquisas”.
Ao se associar a ABCF, além de fazer parte de uma associação que promove e incentiva as Ciências Farmacêuticas, o associado também tem descontos em inscrições de eventos científicos e em ações de empresas associadas.
Para se associar-se à ABCF é simples. Basta clicar aqui para preencher a ficha de cadastro, fazer o pagamento da anuidade e pronto! Você passa a integrar esse time de pesquisadores que se uniram em prol das Ciências Farmacêuticas.
Dúvidas e informações podem ser esclarecidas pelo e-mail: abcfjovem@gmail.com
Reconstrução da ciência brasileira depende de orçamento robusto
Artigo assinado por Charles Morphy D. Santos, pró-reitor de Pós-graduação da Universidade Federal do ABC (UFABC), e Lucindo J. Quintans Júnior, pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Após um quadriênio de negacionismo científico e ataques às universidades e institutos de pesquisa, a revitalização de programas estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e as ações tomadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à pesquisa do país, são fundamentais para a reconstrução do panorama acadêmico-científico nacional. No entanto, não há como reposicionar a nossa ciência no âmbito internacional sem orçamento adequado. Os resultados parciais do último edital Universal do CNPq, uma das mais basilares fontes de recursos para o pesquisador brasileiro, divulgados em 19 de outubro, mostram que o fomento à pesquisa ainda é claudicante no Brasil.
O Universal do CNPq, que passou anos sem chamadas abertas, objetiva apoiar projetos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento. O edital aberto em junho deste ano destinava-se a grupos emergentes, com equipes de no mínimo três doutores, e grupos consolidados, para equipes maiores, com cinco ou mais doutores em pelo menos duas instituições distintas.
Os resultados parciais dessa chamada sinalizam um desafio para a comunidade científica brasileira. Ainda que o montante de 300 milhões de reais (cerca de 60 milhões de dólares) destinado a esta chamada Universal seja um passo significativo para fora das trevas dos últimos quatro anos, há espaço para avançar muito mais.
São números impressionantes, mas não surpreendentes: 9.757 propostas submetidas, das quais 7.671 recomendadas. Contudo, apenas 2.751 propostas foram aprovadas (28%), totalizando cerca de 270 milhões de reais em recursos destinados aos projetos. Essa discrepância entre projetos recomendados, alguns com avaliações excelentes dos pareceristas ad hoc, especialistas nas temáticas dos projetos, e aqueles que efetivamente serão financiados aponta para a existência de um rol relevante (72%) de propostas meritórias sem financiamento. Projetos importantes para o desenvolvimento do país estão sendo, de certa forma, negligenciados. O CNPq deve considerar formas alternativas de apoiá-los.
Levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) indica predominância de projetos aprovados na Região Sudeste, que abriga o maior número de programas de pós-graduação e grupos de pesquisa no Brasil: 1152 propostas, totalizando 116 milhões de reais. Para a região Nordeste, foram 639 propostas aprovadas (quase 61 milhões de reais), enquanto o aporte para as 615 propostas aprovadas na região Sul foi de 60 milhões de reais. As regiões Norte e Centro-Oeste, somadas, tiveram 345 propostas aprovadas para um total de 33 milhões de reais.
Até o momento, antes da análise dos pedidos de reconsideração pelo CNPq, foram aprovados cerca de 270 milhões de reais para grupos de pesquisa em todo o território brasileiro. Esse número é pouco expressivo quando comparado ao fomento à pesquisa em países protagonistas mundiais em ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Para 2023, por exemplo, a National Science Foundation (NSF), uma das agências governamentais dos Estados Unidos que promovem a pesquisa científica, teve aprovado um orçamento de cerca de 11 bilhões de dólares (cerca de 55 bilhões de reais). Todo o orçamento do edital Universal do CNPq foi menor do que o que o governo dos EUA destinou somente para apoio logístico na Antártida (90 milhões de dólares). Segundo o portal da transparência do governo federal, as despesas previstas para o CNPq em 2023 não chegam a 2 bilhões de reais (400 milhões de dólares), ou seja, menos de 5% do orçamento da NSF.
Dada sua importância no desenvolvimento da ciência nacional, é imprescindível ampliar substancialmente os valores aportados nas próximas chamadas públicas do CNPq. É também essencial que o CNPq possua perenidade e periodicidade nos seus editais. Isso permite que os cientistas brasileiros planejem suas atividades de pesquisa, dialogando, inclusive, com momentos cruciais, como as avaliações da pós-graduação realizadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O ecossistema de CT&I produz melhores resultados quando há maior previsibilidade no financiamento e planejamento conjunto de ações.
A alta demanda registrada no edital Universal corrobora a importância da urgente necessidade de um reforço no orçamento do CNPq, que sofreu com duros e desarrazoados cortes nos últimos dois governos federais. A China, que na década de 1990 possuía indicadores inferiores ao Brasil, hoje é a segunda potência mundial no desenvolvimento de CT&I. Investimento perene e robusto, planejamento estratégico e apoio às universidades e centros de pesquisa são os pilares do desenvolvimento chinês. Portanto, é fundamental que o Governo Federal reconheça a necessidade de recursos significativamente maiores para garantir que o Brasil possa competir globalmente em pesquisa e inovação.
O investimento em pesquisa é um catalisador para o crescimento econômico e possui relação direta com a melhoria da qualidade de vida da população. Do compromisso contínuo com o investimento e a colaboração entre governo, pesquisadores e instituições de ensino e pesquisa dependem o futuro da CT&I no Brasil.
*O artigo expressa exclusivamente a opinião dos autores
** reportagem publicada originalmente no Jornal da Ciência, no dia 26/10/2023.