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­‘É essencial termos líderes engajados, que pensem no papel da ciência como instrumento de transformação da sociedade’, diz ex-presidente da ABCF

O principal desafio da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) é estabelecer uma relação mais próxima com novos estudantes e pesquisadores. Esta é a visão do professor Flavio da Silva Emery, que ocupou o cargo de presidente da entidade na gestão 2019/2020, e reforça a importância da renovação na Diretoria.

“As lideranças jovens têm mais afinidade e, portanto, condição de conversar de forma mais eficiente com as novas gerações de estudantes e cientistas, garantindo que o futuro das Ciências Farmacêuticas seja ainda mais brilhante”, observa.

O movimento de trazer as lideranças científicas jovens para participar da ABCF teve início em sua gestão e continuou durante a Diretoria da professora Sandra Farsky. “Esse processo se fazia necessário naquele momento, pois estamos falando de uma entidade que é da área da saúde, tem um mercado de medicamentos grande e importante nas políticas públicas do país. E as Ciências Farmacêuticas podem trazer inovação seja no desenvolvimento de um novo medicamento ou de novas tecnologias e vacinas. Por isso é essencial termos líderes engajados, que pensem no papel da ciência como instrumento de transformação da sociedade”, ressalta.

Para o ex-presidente da ABCF, construir um caminho de ampliação de alcance da informação por toda a comunidade científica é um legado importante da ABCF. “Já estamos vendo isso acontecer na nova Diretoria da associação, que tem hoje um presidente jovem, que faz com que a perspectiva da sua atuação se torne ainda mais relevante”, comenta.

Fortalecer a ABCF é ter um canal de voz para requerer melhorias das oportunidades e das políticas públicas no Brasil. “Por isso é fundamental que estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores, além de professores da área da farmácia interajam e façam parte da associação, é uma forma de entrar em contato com o que há de mais moderno em pesquisa e desenvolvimento da Ciências Farmacêuticas”, reforça Emery.

Aproximação com a ABCF

Farmacêutico de formação, Flavio da Silva Emery atua desde 2008 como professor da Universidade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto e teve seu primeiro contato com a ABCF em 2011. “Decidi me associar à ABCF por conta das atividades do CIFARP [Congresso Internacional de Ciências Farmacêuticas] e por cerca de 10 anos estive envolvido em atividades da associação”, relata.

Presidente na gestão 2019/2020, tendo como vice-presidente a professora Sandra Farsky, Emery conta que quando assumiu o cargo, a Associação já estava bem estruturada. “Isso facilitou para que déssemos continuidade às metas estabelecidas que incluíam, além de aumentar o número de associados, dar mais visibilidade à ABCF na sociedade como um todo, mostrando sua relevância”.

Dentre as conquistas, o professor ressalta a de tornar a Associação uma voz de relevância para a sociedade, tornando-a um alvo para jornalistas ou mesmo colegas de profissão que procuravam informações das Ciências Farmacêuticas. “Fazer parte da construção do conhecimento para a sociedade, bem como das ações que estão relacionadas às políticas públicas de saúde do país, é algo que me deixa muito orgulhoso. Naquele momento, a ABCF se fez presente nos canais de mídia, divulgando o uso correto de medicamentos, a importância da compreensão do diagnóstico, além de outros assuntos relevantes”, destaca.

A pandemia chegou em seu segundo ano de gestão, impondo grandes desafios. “Passamos por dificuldades não só pelas questões de saúde, mas também pelas questões políticas, que afetaram tanto a população quanto a comunidade acadêmica. Graças ao esforço conjunto da Diretoria, tivemos êxito nas diversas ações promovidas e fomos uma voz relevante nas diferentes regiões do país no combate às fake news, na orientação do uso correto de medicamentos e na participação em ações públicas contra atividades governamentais que eram antiéticas e contrárias aos benefícios da população, afetando diretamente a saúde do brasileiro como um todo”, afirma.

Outro grande desafio destacado pelo professor foi o de manter a comunidade das Ciências Farmacêuticas – cursos de graduação e de pós-graduação, pesquisadores e estudantes – engajados. “Era um momento de isolamento social, mas tínhamos uma batalha política que denegria a imagem das ciências, corte de bolsa e de recursos para desenvolvimento de pesquisas. Combatemos tudo isso na ABCF, tentando manter a comunidade envolvida, para garantir que tivéssemos a manutenção dos direitos adquiridos nos últimos anos”, finaliza.

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