UEPG abre processo seletivo com salários de até R$ 9,3 mil: veja como participar

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) abriu um processo seletivo para contratação de professores. Os salários variam de R$ 1.803,76 a R$ 9.383,94, a depender da especialização escolhida.

As inscrições estão abertas até 13 de junho e a prova escrita acontece em 21 de julho. Os cadastros devem ser feitos no site oficial com taxa de inscrição, no valor de R$ 150.

De acordo com o edital, os contratos poderão ser de até um ano, podendo ser prorrogado por igual período.

A reserva de vaga para as pessoas com deficiência e negros será efetivada na conformidade do limite percentual estabelecido na legislação em vigor.

Vagas do processo seletivo da UEPG

Os candidatos podem se inscrever para vagas e cadastro de reserva nos departamentos de:

  • Física;
  • Geociências;
  • Engenharia de Materiais;
  • Fitotecnia e Fitossanidade;
  • Zootecnia;
  • Biologia Estrutural, Molecular e Genética;
  • Ciências Farmacêuticas;
  • Odontologia;
  • Administração;
  • Jornalismo;
  • Serviço Social;
  • Artes;
  • Estudos da Linguagem;
  • Direito Processual. 

Serão três etapas para seleção dos candidatos: as provas Escrita e Didática, ambas com caráter eliminatório, e a Avaliação de Títulos, que é classificatória.

As bancas examinadoras serão compostas por três professores, todos preferencialmente, com formação na área de conhecimento subárea ou disciplina do processo seletivo.

Texto publicado originalmente em massanews.com.

Edital aqui.

Pesquisa cria solução ‘três em um’ para tratar queimaduras

Farmacêutica inova ao unir vários compostos em uma mesma fórmula com o auxílio da nanotecnologia

Texto: Adriana Vilar de Menezes Foto: Antonio Scarpinetti

O desafio era minimizar as várias queixas de um paciente com queimaduras usando uma única formulação farmacêutica. A pesquisadora Janaína Artem Ataide abraçou a ideia e lançou mão da nanotecnologia para desenvolver um gel associando três ativos de classes farmacêuticas diferentes. O estudo realizado por Ataide em seu doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp, que também incluiu o uso de um extrato de oleaginosa nacional e ensaios para o reposicionamento da rifamicina, encontra-se em análise de patenteabilidade, a cargo da Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp).

Graduada em Farmácia, Ataide afirma que ainda há um longo caminho a percorrer até a fórmula eventualmente chegar às prateleiras. Contudo, uma vez patenteada, as chances de isso acontecer aumentam, acredita Priscila Gava Mazzola, professora da FCF e orientadora da tese. “A pesquisa ganha o olhar de outro público científico, de pesquisadores de outros lugares, além dos nossos colegas. E pode chegar às empresas, para viabilizar a condução [da produção]. Torna-se mais viável bancar o custo da pesquisa fora da Universidade, porque há mais recursos e pode haver gente 100% focada no projeto. Portanto aumentam as chances de a pesquisa continuar”, avalia Mazzola.

Segundo Ataide, as etapas ainda necessárias para a fórmula resultar em um produto incluem, por exemplo, estudos em animais e em seres humanos. “São etapas que fogem da nossa expertise e que têm alto custo”, diz a pesquisadora. “A ciência se faz em colaboração”, escreveu Ataide em sua tese, citando a frase do professor de física Brian Keating, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos). “Nenhum cientista vai a Estocolmo [Suécia] sozinho”, disse ele referindo-se ao Prêmio Nobel.

Uma das motivações da farmacêutica para se dedicar a uma formulação voltada a vítimas de queimaduras está no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, segundo o qual, no período de 2015 a 2020, foram registradas 19.772 mortes por queimaduras no Brasil (de causas térmicas ou elétricas, por agentes químicos, por geladura ou por radiação). As doenças de pele são a quarta causa mais comum de enfermidades humanas em todo o mundo. “Isso afeta quase um terço da população, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde [OMS], mas são dados muitas vezes subestimados. Isso é realmente assustador”, diz Ataide.

Com a formulação desenvolvida, o paciente pode usar um único produto durante o tratamento, ao invés de utilizar três ou quatro, evitando assim trocas ou reaplicações de medicamentos diferentes, defende a autora da pesquisa. “E acho que a principal vantagem está na eficiência do sistema nanoestruturado com ativos combinados na mesma formulação farmacêutica, além de se tratar de uma pesquisa nacional, com uso de extratos naturais brasileiros”, afirmou.

A pele é o órgão mais exposto do corpo humano, portanto o que corre mais riscos, explica Ataide. Esse órgão desempenha ainda a importante função de oferecer uma barreira protetiva. Por isso, é fundamental cuidar bem da saúde da pele. “A população precisa de medicamentos eficientes, seguros, de custo relativamente baixo e disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde [SUS]”, defende.

Desafios da nanotecnologia

Em seu mestrado, também sob a orientação de Mazzola, Ataide já havia usado a nanotecnologia. Aquela pesquisa, sobre uma enzima do abacaxi, resultou em uma patente. A farmacêutica trabalhou na época com a extração da proteína bromelina do complexo enzimático do abacaxi. “Tivemos muita dificuldade com a bromelina devido à falta de estabilidade. Veio então essa ideia de usar nanotecnologia para tentar estabilizar a proteína. Foi assim que a nanotecnologia entrou na minha vida”, lembra a pesquisadora. “Foi muito desafiador.”

“De fato tratou-se de algo muito trabalhoso”, reforça Mazzola. A pesquisa utilizou um resíduo da indústria – as cascas do abacaxi – para recuperar a enzima, que então poderia ser usada pela indústria farmacêutica. Foi justamente a formulação de nanopartículas de bromelina com quitosana liofilizadas, desenvolvida no mestrado, que se transformou em patente. A fórmula pode ser aplicada como um spray sólido ou em outras preparações, como em gel para cicatrização. Desde o mestrado, portanto, orientadora e orientanda realizam ensaios com a cicatrização. “No doutorado a ideia foi continuar a trabalhar a questão das queimaduras.”

Contribuição para novas pesquisas

De acordo com Mazzola, a pesquisa de doutorado de Ataide representou a primeira vez em que o laboratório da FCF trabalhou com diferentes frentes de ação em torno de um mesmo produto. “Esse é um ponto muito importante. Os ativos são conhecidos, mas fizemos outra abordagem na forma de veiculá-los e apresentá-los. O trabalho [de Ataide] pode contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos e novas apresentações. Isso tem muito valor”, afirma a professora. Entre os apontamentos dos testes destacados na pesquisa está a propriedade das nanopartículas de servirem como carreadores de insumos farmacêuticos ativos (IFA), especialmente por conta de sua capacidade de fazer a entrega simultânea de dois ou mais IFAs e por conta de possibilitarem uma entrega direcionada.

Os testes realizados por Ataide revelam-se conclusivos quanto ao potencial das nanopartículas como carreadores de fármacos: “[As nanopartículas] são uma grande promessa nos dias atuais por transportarem medicamentos até o alvo de interesse, diminuindo os efeitos colaterais”. A tese, intitulada “Desenvolvimento de formulações de base nanotecnológica: estratégias para entrega simultânea e reposicionamento de fármacos”, contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no país e no exterior, possibilitando que Ataide realizasse estudos também nos Estados Unidos, durante um ano, período no qual trabalhou o reposicionamento de fármaco da rifamicina.

Parte do doutorado transcorreu na pandemia. “Eu estava entrando na parte da formulação, quando começou a pandemia. Foi tudo suspenso. Até achei que não fosse dar para fazer nada. A primeira etapa das minhas análises transcorreu totalmente à distância. Algumas vezes eu levei as amostras, entreguei na recepção dos laboratórios parceiros e recebi as fotos na minha casa”, lembra a pesquisadora, que contou com a parceria do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

“Essas parcerias fazem toda a diferença”, afirma Ataide. “Não somos especialistas em tudo, por isso precisamos das parcerias”, reitera Mazzola. Para a professora, a pesquisa mostra-se promissora também aos olhos das instituições de fomento. “Isso é valioso porque não é fácil conseguir auxílio para pesquisa. E nós queremos transformar a nossa pesquisa em algo prático, que chegue ao paciente e ao mercado, um produto farmacêutico eficiente e acessível na prateleira”, diz a orientadora.

Publicado na Edição 705 do Jornal da Unicamp.

Texto fcf.unicamp.br

Professora da Unesp é top 5 em ranking científico internacional

Cientista integra lista dos melhores da área de Micologia, ciência que estuda os fungos

A professora Maria José Soares Mendes Giannini, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unesp, em Araraquara, está entre os cinco melhores cientistas do mundo da área de Micologia, ciência que estuda as propriedades, aplicações e doenças causadas por fungos. O resultado foi divulgado recentemente pelo ranking científico internacional AD Scientific Index, que classifica e avalia universidades e pesquisadores de todo o planeta. 

“Confesso que foi uma surpresa e que, agora, a responsabilidade que carrego é ainda maior. Eu fico muito contente de estar ocupando este lugar e acredito que receber esse reconhecimento é uma demonstração da força da pesquisa que é realizada na Unesp, que resulta do avanço do conhecimento nessa área. Eu atribuo esse reconhecimento ao que construí ao longo da carreira, aos orientados, às publicações, às linhas de pesquisa e ao quanto ajudamos a avançar no conhecimento da micologia. Fico feliz em estar cumprindo os preceitos com os quais a universidade comunga: o ensino, a pesquisa e a extensão”, comenta a docente.  

Ao longo de sua carreira, Maria José já publicou 230 artigos científicos e produziu 21 capítulos de livros. Professora titular da Unesp, ela também é pesquisadora nível máximo (1A) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), onde é a líder do grupo de pesquisa “Interação fungo-hospedeiro”. 

Ainda na época em que defendeu seu doutorado, a cientista obteve um resultado que considera um dos mais importantes de sua trajetória profissional: pela primeira vez, foi identificada em pacientes a presença de moléculas do fungo causador da paracoccidioidomicose (PCM), a principal micose sistêmica no Brasil. Essa doença representa uma das dez principais causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias, crônicas e recorrentes no país.

Área de atuação – O foco do campo de pesquisa da docente envolve desde aspectos mais básicos sobre os fungos, como desvendar sua estrutura e composição de moléculas, até pontos mais avançados, que estudam o mecanismo de ação desses organismos ao entrarem em contato com o ser humano ou um animal.

“Nós, particularmente, nos dedicamos a pesquisas sobre fungos de interesse médico e veterinário. As doenças oriundas de alguns fungos que investigamos podem até mesmo levar a óbito, dependendo do caso. Atualmente, com o aumento da expectativa de vida da população e o uso mais amplo de corticoides e imunossupressores, nós temos observado cada vez mais a presença desses fungos em pacientes idosos e com comorbidades, que são os mais difíceis de tratar. Infelizmente, a maioria dos antifúngicos empregados atualmente tem efeitos colaterais e podem apresentar resistência”, explica.   

Por conta dessa adversidade, outra frente de atuação do grupo de pesquisa da professora da Unesp é a busca e desenvolvimento de potenciais fármacos como antifúngicos. “Já avaliamos mais de mil extratos de plantas, por exemplo, para estudar alguns derivados desses produtos naturais para essa finalidade. Atualmente temos trabalhos com alguns desses compostos em fase de pesquisa pré-clínica,” conta Maria José.

Falando em animais, a equipe da pesquisadora também tem atuado para reduzir o uso de mamíferos em estudos científicos a partir da utilização de modelos 2D e 3D de células humanas e do uso de animais alternativos, como Galeria mellonella (traça-da-cera), Tenebrio molitor (bicho-da-farinha) e Caenorhabditis elegans (verme encontrado no solo), nos quais são testados tópicos como eficácia terapêutica, segurança toxicológica e resposta imune. Além de terem se mostrado eficazes, esses métodos não convencionais são de baixo custo, mais rápidos e permitem o uso de uma quantidade maior de animais, sem esbarrar em questões éticas. 

Sobre o ranking – O AD Scientific Index. é o primeiro e único estudo que mostra tanto o coeficiente geral de produtividade dos cientistas ao longo da carreira como o recorte dos últimos seis anos. (Clique aqui para conferir a metodologia detalhada do ranking)

Ao todo, são nove parâmetros utilizados pelo sistema para classificar pesquisadores em diversas áreas do conhecimento, como: Agricultura, Engenharia e Tecnologia, História, Filosofia, Teologia, Estudos Jurídicos, Ciências Médicas, Ciências Naturais, Ciências Sociais, entre outras. 

O levantamento analisa estudos de 219 países, 23 mil universidades/instituições e mais de 1,6 milhão de cientistas, fornecendo avaliações com base no desempenho acadêmico e no valor agregado da produtividade científica de cientistas individuais, incluindo a avaliação de revistas e universidades.

Maria José aproveitou o reconhecimento obtido no ranking para fazer um alerta a respeito do tema fungos, destacando a necessidade de mais atenção por parte de diferentes grupos da sociedade acerca do assunto, pois até problemas considerados mais simples podem desencadear complicações severas.

“O que a população mais conhece são as micoses superficiais que afetam a pele e as unhas. Um exemplo é a frieira. Esse tipo de infecção também precisa ser vista com cuidado, pois pode comprometer um paciente com alterações imunológicas. Precisamos de mais atenção das pessoas, das autoridades e da classe médica com as doenças fúngicas, que infelizmente muitas vezes são negligenciadas, finaliza”. 

Contato para esta pauta (Imprensa)
Assessoria de Comunicação da FCF/Unesp
E-mail: henrique.fontes@unesp.br
Whatsapp: (16) 9 9727-2257

reportagem publicada originalmente em fcfar.unesp.br

Doutorado na área de Farmácia

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Inovação Farmacêutica (PPGIF) – nível Doutorado – da Rede de IES UFPA/UFAM/UNIFAP/UFG, vem tornar público, aos interessados, que em reunião da Coordenadoria de Pós-Graduação (CPG) de 14/12/2023 foi aprovado o Edital 01/2024 para seleção e matrícula no programa no ano de 2024.

As inscrições poderão ser realizadas de 10 a 31/05/2024.

Maiores informações e o Edital podem ser obtidos pela homepage do PPGIF (https://www.ics.ufpa.br e https://ppgif.farmacia.ufg.br ou pelos endereços eletrônicos carrera@ufpa.br e ppgif@ufpa.br e também nas coordenações locais conforme

Unipampa abre inscrições para mestrados e doutorado

Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas

Nível: mestrado acadêmico

Campus: Uruguaiana

Período de Inscrições: de 06/05 até 31/05/2024

Local para Inscrições: Sistema Guri

Vagas: 10 vagas

Edital nº: 177/2024

Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde

Nível: mestrado e doutorado acadêmico

Campus: Uruguaiana

Período de Inscrições: de 07/05 até 17/05/2024

Local para Inscrições: Sistema Guri (mestrado) e Sistema Guri (doutorado)

Vagas: 20 vagas para o mestrado; 12 vagas para o doutorado

Editais: nº 200/2024 (mestrado); nº 199/2024 (doutorado)

Programa de Pós-graduação em Bioquímica

Nível: mestrado e doutorado acadêmico

Campus: Uruguaiana

Período de Inscrições: de 09/05 até 26/05/2024

Local para Inscrições: Sistema Guri (mestrado) e Sistema Guri (doutorado)

Vagas: 10 vagas para o mestrado; 10 vagas para o doutorado

Edital nº: 212/2024

Notícia originalmente publicada em bage24horas

Anunciadas as vencedoras do Prêmio Mulheres Brasileiras na Química 2024

WASHINGTON, 13 de maio de 2024 — A American Chemical Society (ACS) e a Sociedade Brasileira de Química (SBQ) têm o prazer de anunciar as vencedoras do 7º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química. Os prêmios serão entregues no dia 24 de maio, na 47ª Reunião Anual da SBQ, em Águas de Lindoia, SP.

O “Prêmio Mulheres Brasileiras na Química” tem como objetivo promover a igualdade de gênero, com foco na comunidade química brasileira, e reconhecer o impacto da diversidade na pesquisa científica em Química. Assim, o prêmio busca reconhecer mulheres cientistas com contribuições relevantes e pesquisas de destaque em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM).

Líder Emergente em Química: Elisama Vieira dos Santos

Esse prêmio reconhece as realizações de uma jovem cientista ou empreendedora notável em Química. Elisama é professora associada no Departamento de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sua pesquisa se concentra no desenvolvimento de processos eletroquímicos para um ambiente mais limpo, usando hidrogênio verde como vetor de energia para processos eletroquímicos. Palestras e eventos sociais conduzidos por Elisama centram-se na divulgação científica e ações pela igualdade de gênero. Suas realizações incluem a autoria de mais de 100 artigos publicados, a realização de mais de 135 apresentações em congressos nacionais e internacionais e o depósito de uma patente. Ela é membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências.

Liderança Acadêmica: Lucia Helena Mascaro

Esse prêmio reconhece uma mulher com uma formação estabelecida na academia e cuja contribuição para a pesquisa científica em Química tem um impacto global e social. Lucia é professora titular no Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos. Atua também como pesquisadora associada do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (sediado na UFSCar) e do Centro de Inovação em Novas Energias (sediado na Unicamp) e é editora associada da Química Nova. É especialista em Físico-Química, com foco em Eletroquímica: produção de hidrogênio, fotoeletrocatálise, eletrodeposição de ligas metálicas e semicondutores e corrosão. Ocupou cargos de liderança em várias sociedades de Química e coordena projetos em energia e sustentabilidade financiados por várias agências governamentais brasileiras. Orientou dezenas de estudantes de graduação e pós-graduação.

Os prêmios são oferecidos pela ACS e pela SBQ e patrocinados pelo CAS e ACS Publications, divisões da American Chemical Society. Cada vencedora receberá um prêmio em dinheiro de US$ 2.000, um ID SciFinder válido por um ano, um ano de associação à ACS e à SBQ, um certificado de premiação em inglês, uma placa de homenagem em português e uma assinatura de curso através do ACS Institute.

Sobre a American Chemical Society:

A American Chemical Society é uma organização sem fins lucrativos registrada pelo Congresso dos Estados Unidos. Com mais de 200 mil indivíduos, a ACS é a maior sociedade científica do mundo. Para obter mais informações, visite acs.org.

Sobre a Sociedade Brasileira de Química:

A Sociedade Brasileira de Química (SBQ) foi fundada em 1977 com o objetivo de promover o desenvolvimento e a disseminação do conhecimento em Química no Brasil. Para obter mais informações, visite sbq.org.br.

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ACS

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SBQ

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Cientistas do Brasil e da Índia criam tratamento promissor contra tumores sólidos

Agência FAPESP* –Ricardo Muniz | Agência FAPESP – Artigo publicado recentemente no Journal of Controlled Release detalha o resultado de colaboração científica internacional que desenvolveu uma alternativa para o tratamento dos tumores sólidos por meio da inibição do chamado microambiente tumoral inflamatório (tumour microenvironment ou TME).

Tumores sólidos costumam ser os tipos de câncer de tratamento mais desafiador por causa da dificuldade de penetração dos fármacos. O microambiente tumoral inflamatório, onde os tumores estão alojados, contém várias células e substâncias do próprio paciente que impedem as células de defesa de combater o tumor. “Muitas vezes essas células e moléculas ajudam o tumor a crescer e, por isso, dizemos que ele escapa da vigilância do sistema imune”, explica Lúcia Helena Faccioli, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP) e coordenadora da Central de Quantificação e Identificação de Lipídeos (Ceqil), instalada com apoio da FAPESP por meio do Programa Equipamentos Multiusuários.

“Há sempre um cabo de guerra entre células imunológicas promotoras e inibidoras de tumores no TME, onde metabólitos, mediadores lipídicos, citocinas e quimiocinas desempenham um papel importante no domínio da natureza imunossupressora”, escrevem os autores do artigo, que incluem a pesquisadora Viviani Nardini, do Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas da FCFRP-USP, e cientistas de instituições indianas liderados por Avinash Bajaj, chefe do Laboratório de Nanotecnologia e Química Biológica do Centro Regional de Biotecnologia de Faridabad, no estado indiano de Haryana.

A equipe desenvolveu nanomicelas – partículas muito pequenas, medindo entre 1 e 100 nanômetros – compostas de diferentes substâncias e, por isso, chamadas de quimeras. As nanomicelas quiméricas produzidas são compostas por fosfolipídios (NMs), docetaxel (DTX), substância usada para matar as células tumorais, e dexametasona (DEX), um anti-inflamatório muito empregado para diminuir a produção de várias substâncias inflamatórias, como a prostaglandina E2 (PGE2).

Os estudos em animais de laboratório mostraram que essas partículas (NMs+DTX+DEX), ministradas por via intravenosa, foram muito eficientes, diminuindo o tamanho de tumores e aumentando a sobrevida dos animais: os não tratados morrem sempre ao redor de 28-30 dias, mas os tratados sobrevivem até 44-50 dias, explica Faccioli.

“O tratamento induziu uma diminuição superior a cinco vezes no volume do tumor em comparação com tumores não tratados no modelo de câncer de cólon”, detalha Bajaj. As nanomicelas reduziram e alteraram as células presentes ao redor do tumor, aquelas que impedem a ação do sistema imune, favoreceram o aumento de tipos específicos de leucócitos que matam células tumorais e também inibiram a liberação de PGE2, substância inflamatória presente no microambiente tumoral que diminui a ação antitumoral de determinadas células de defesa.

“Embora esses estudos tenham sido feitos em animais, os resultados são muito promissores e abrem possibilidades de estudos em humanos, já que as partículas são formadas por compostos já aprovados para utilização humana”, comemora Faccioli, que realizou seu pós-doutorado no National Heart and Lung Institute da Universidade de Londres.

Além da USP e do laboratório coordenado por Avinash Bajaj, participam da pesquisa o Amity Institute of Integrative Sciences and Health (Haryana), o Departamento de Cirurgia Oncológica do All India Institute of Medical Sciences (Nova Déli), o Instituto Nacional de Imunologia (Nova Déli) e o Instituto Nacional de Genômica Biomédica (Kalyani, Bengala Ocidental).

O artigo Engineered nanomicelles inhibit the tumour progression via abrogating the prostaglandin-mediated immunosuppression pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0168365924001615.
 

Tumores sólidos costumam ser os tipos de câncer de tratamento mais desafiador por causa da dificuldade de penetração dos fármacos. O microambiente tumoral inflamatório, onde os tumores estão alojados, contém várias células e substâncias do próprio paciente que impedem as células de defesa de combater o tumor. “Muitas vezes essas células e moléculas ajudam o tumor a crescer e, por isso, dizemos que ele escapa da vigilância do sistema imune”, explica Lúcia Helena Faccioli, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP) e coordenadora da Central de Quantificação e Identificação de Lipídeos (Ceqil), instalada com apoio da FAPESP por meio do Programa Equipamentos Multiusuários.

“Há sempre um cabo de guerra entre células imunológicas promotoras e inibidoras de tumores no TME, onde metabólitos, mediadores lipídicos, citocinas e quimiocinas desempenham um papel importante no domínio da natureza imunossupressora”, escrevem os autores do artigo, que incluem a pesquisadora Viviani Nardini, do Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas da FCFRP-USP, e cientistas de instituições indianas liderados por Avinash Bajaj, chefe do Laboratório de Nanotecnologia e Química Biológica do Centro Regional de Biotecnologia de Faridabad, no estado indiano de Haryana.

A equipe desenvolveu nanomicelas – partículas muito pequenas, medindo entre 1 e 100 nanômetros – compostas de diferentes substâncias e, por isso, chamadas de quimeras. As nanomicelas quiméricas produzidas são compostas por fosfolipídios (NMs), docetaxel (DTX), substância usada para matar as células tumorais, e dexametasona (DEX), um anti-inflamatório muito empregado para diminuir a produção de várias substâncias inflamatórias, como a prostaglandina E2 (PGE2).

Os estudos em animais de laboratório mostraram que essas partículas (NMs+DTX+DEX), ministradas por via intravenosa, foram muito eficientes, diminuindo o tamanho de tumores e aumentando a sobrevida dos animais: os não tratados morrem sempre ao redor de 28-30 dias, mas os tratados sobrevivem até 44-50 dias, explica Faccioli.

“O tratamento induziu uma diminuição superior a cinco vezes no volume do tumor em comparação com tumores não tratados no modelo de câncer de cólon”, detalha Bajaj. As nanomicelas reduziram e alteraram as células presentes ao redor do tumor, aquelas que impedem a ação do sistema imune, favoreceram o aumento de tipos específicos de leucócitos que matam células tumorais e também inibiram a liberação de PGE2, substância inflamatória presente no microambiente tumoral que diminui a ação antitumoral de determinadas células de defesa.

“Embora esses estudos tenham sido feitos em animais, os resultados são muito promissores e abrem possibilidades de estudos em humanos, já que as partículas são formadas por compostos já aprovados para utilização humana”, comemora Faccioli, que realizou seu pós-doutorado no National Heart and Lung Institute da Universidade de Londres.

Além da USP e do laboratório coordenado por Avinash Bajaj, participam da pesquisa o Amity Institute of Integrative Sciences and Health (Haryana), o Departamento de Cirurgia Oncológica do All India Institute of Medical Sciences (Nova Déli), o Instituto Nacional de Imunologia (Nova Déli) e o Instituto Nacional de Genômica Biomédica (Kalyani, Bengala Ocidental).

O artigo Engineered nanomicelles inhibit the tumour progression via abrogating the prostaglandin-mediated immunosuppression pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0168365924001615.
 

Reportagem publicada originalmente em Agência FAPESP.

Estudos em modelagem simulam medicamento para tuberculose em público pediátrico

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) iniciou o uso de modelagem de simulação computacional para realizar estudos não clínicos em medicamentos pediátricos dispersíveis em água para bebês, crianças e adolescentes. A nova metodologia é inovadora e oferece uma solução para acelerar a comprovação da segurança e da eficácia de medicamentos em diferentes estratos da população pediátrica. A estratégia computacional, chamada de estudo in silico, está sendo utilizada para o desenvolvimento tecnológico de uma nova associação tuberculostática, contendo Isoniazida e Rifampicina com indicação pediátrica. Esse estudo inovador consiste na criação de um modelo de simulação biofarmacêutica baseado em fisiologia, que foi construído a partir de dados históricos de biodisponibilidade tanto da associação em dose fixa combinada de Rifampicina e Isoniazida como da Isoniazida monodroga em adultos e complementado com dados de literatura.

A idealizadora do projeto e responsável pela Divisão de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos, Juliana Johansson, explica como foi o processo de estruturação da estratégia in silico. “Utilizamos um arcabouço vasto de informações farmacocinéticas e fisiológicas para a construção deste modelo, no qual a fisiologia humana e os aspectos biofarmacêuticos das moléculas estudadas foram simulados computacionalmente. Coletamos dados do desempenho farmacocinético de medicamentos feitos a partir destas moléculas em adultos e as informações foram utilizadas para construir e validar o modelo. Em seguida, a ferramenta foi aplicada para extrapolar a farmacocinética de ambos os fármacos para os diferentes estratos das populações pediátricas. Assim, foi possível predizer o comportamento da formulação em desenvolvimento no organismo das crianças de diferentes faixas etárias”, detalha.  

A modelagem contribuirá principalmente para verificar a dose correta para cada tipo de público pediátrico, desde os bebês até as crianças em idades pré-escolar e escolar, demonstrando o comportamento dos fármacos em cada organismo. “Não é adequado conduzir os testes clínicos em adultos e assumir como premissa que apenas o ajuste de dose para o peso da criança vai ser suficiente. Quando falamos em crianças, deve-se considerar que esses indivíduos têm uma curva de maturação que apresenta caraterísticas únicas para cada idade. São observadas variações fisiológicas importantes referentes à ontogenia pediátrica, como por exemplo diferenças em tamanhos de órgãos e expressão de enzimas, entre outras variações. Consequentemente, podem ocorrer diferenças no comportamento dos medicamentos.”, conta.

A nova metodologia está sendo utilizada para estudos no medicamento dispersível, que o comprimido dissolve no copo ou colher, favorecendo a aceitação e a ingestão. “O formato dispersível favorece a adesão da criança, sem gerar repulsa para que os comprimidos sejam tomados e reduzindo a falha no tratamento, principalmente na utilização a longo prazo, como é no caso da tuberculose. Outro benefício desta apresentação é que na forma sólida os ativos estão concentrados no comprimido, que é acondicionado em blísteres. Estas embalagens são bem mais leves e menos frágeis do que os vidros para líquidos, então existe toda uma cadeia de logística que se beneficia. Existem vantagens desde a saída da indústria, com o frete do produto, até o próprio manuseio pela família, já que as embalagens de líquidos podem vazar ou quebrar em bolsas ou mochilas. Por fim, a forma sólida tende a ser quimicamente mais estável.”, destaca Juliana. 

O serviço, que já é discutido em âmbito internacional, é prestado pela empresa Simulations Plus, da Califórnia, e realizado em parceria com o Instituto de Ciências Farmacêuticas, de Goiás. Todo o projeto vem sendo avaliado e discutido em todos os pontos, com levantamento de justificativas junto à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e em fóruns internacionais.  

Os próximos passos do estudo são a conclusão do desenvolvimento farmacêutico em 2024 e a fabricação do medicamento experimental segundo as Boas Práticas de Fabricação por Farmanguinhos, em 2025. Este novo medicamento será submetido a estudo de farmacocinética in vivo em adultos para gerar as informações que serão extrapoladas in silico pelo modelo para a fisiologia pediátrica. 

A ferramenta in silico para estudos de farmacometria em populações pediátricas foi parte do tema da defesa do doutorado profissional em Gestão, Pesquisa e Desenvolvimento na Indústria Farmacêutica de Farmanguinhos da pesquisadora. Juliana participou da primeira turma, com conclusão em setembro de 2023.

Reportagem publicada originalmente em agencia.fiocruz.br, por Viviane Oliveira (Farmanguinhos)