Univali se aproxima de cura para doenças degenerativas em estudo com planta brasileira

O estudo é uma colaboração entre a instituição catarinense com uma universidade da Coréia do Sul; Planta pode ser chave para combater doenças como Alzheimer, doenças Inflamatórias Intestinais e outras

A busca pelo tratamento de doenças degenerativas, como o Alzheimer, pode estar um passo mais perto da resposta com uma recente colaboração internacional entre a Univali, em Santa Catarina, e a Dankook University, na Coreia do Sul.

Anunciado nesta quarta-feira (1º) pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), o projeto de pesquisa aprovado visa explorar os potenciais medicinais da planta Guanandi (Calophyllum brasiliense). Esta árvore, nativa do Brasil, tem suas folhas tradicionalmente empregadas no tratamento de diversas condições, como inflamação e dor.

Com nove pesquisadores do curso de Farmácia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Univali envolvidos, o foco no Brasil será aprimorar métodos de extração da planta, técnicas de concentração, padronização dos materiais e coleta de dados sobre a segurança de seu uso.

Do lado da Coreia do Sul, a investigação, sob a supervisão da pesquisadora So-Young Park, buscará entender se o Guanandi pode ter efeitos benéficos em doenças associadas à inflamação, incluindo Doenças Inflamatórias Intestinais, Alzheimer e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

O plano é conduzir o estudo utilizando experimentos in vitro, seguidos por experimentos in vivo com animais. A finalidade principal é criar uma base sólida para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos ou suplementos derivados da planta Guanandi, que já demonstrou propriedades anti-inflamatórias em estudos antecedentes.

Para garantir que a pesquisa avance, um financiamento de aproximadamente R$ 350 mil foi designado para cobrir despesas e prover bolsas de pesquisa.

À frente desse projeto promissor estão pesquisadores da Univali, sob a liderança do professor Valdir Cechinel Filho, juntamente com a especialista da Coreia do Sul, So-Young Park. A colaboração entre as instituições representa um avanço potencial na busca por tratamentos inovadores para doenças degenerativas.

Guanandi: uma potência natural

Originária do Brasil, a árvore Guanandi (Calophyllum brasiliense) marca presença nas regiões de mata atlântica e cerrado. Suas folhas, ao longo dos anos, ganharam destaque na medicina popular brasileira.

Estas folhas, carregadas de história e tradição, são amplamente reconhecidas por seus usos em tratamentos de várias condições, especialmente dor e inflamação. Estudos sugerem que o Guanandi possua compostos que exibem características anti-inflamatórias e que podem oferecer benefícios terapêuticos.

Com isso em vista, um projeto de pesquisa emergente em Santa Catarina visa aprofundar o conhecimento sobre as propriedades medicinais do Guanandi. Em parceria com especialistas da Coreia do Sul, os pesquisadores buscam compreender melhor como essa planta pode ser aplicada no desenvolvimento de novos medicamentos ou suplementos.

O foco, além de identificar os benefícios gerais da planta, é investigar sua eficácia no combate a doenças específicas, como o Alzheimer, doenças Inflamatórias Intestinais e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. A jornada de pesquisa também envolve aprimorar métodos de extração para maximizar os benefícios do Guanandi.

Reportagem originalmente publicada em Visor Notícias.

Eliezer Barreiro recebe título de doutor honoris causa da Univasf

Instituição homenageia professor emérito da UFRJ pela contribuição no desenvolvimento da ciência e formação acadêmica no interior do Nordeste

O nome dele é referência na farmacologia brasileira e nas ciências biomédicas. Hoje, aos 76 anos, Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro é professor emérito da UFRJ, um título que recebeu no ano passado pela atuação na pesquisa para síntese e avaliação de novos compostos com vistas à produção de fármacos. E na tarde de sexta-feira (24/11), ele foi agraciado com mais uma homenagem no auditório Rodolpho Paulo Rocco, o “Quinhentão”, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Desta vez, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) lhe concedeu a distinção de doutor honoris causa (em tradução livre do latim, “por causa de honra”).

Com a saúde debilitada, o professor Barreiro reconheceu o esforço da Univasf em prestar a homenagem no Rio de Janeiro. O reitor da instituição superior nordestina, Telio Nobre Leite, se deslocou pessoalmente para realizar a cerimônia na UFRJ, acompanhado do proponente da homenagem, o coordenador do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN) da Univasf, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida, que, apesar de não ter recebido orientação de Eliezer Barreiro nem no mestrado e nem no doutorado, creditou ao docente parte da responsabilidade pela origem do curso de Farmácia, por seus conselhos e opiniões.

O professor Eliezer Barreiro confessou enorme alegria pela homenagem. Segundo ele, esse título de doutor honoris causa tem um sabor “mais temperado”, pelo progresso que a Univasf tem tido nas duas últimas décadas. “A instituição tem grupos de pesquisas de excelência nacional e internacional. Quando estive na Capes, como coordenador de área, identifiquei que surgia, com a liderança do professor Jackson, um grupo de pesquisa muito produtivo. Eu me vejo gratificado com esse reconhecimento, para mim exagerado, da parte da Univasf”, disse o homenageado antes do início da cerimônia.

Para o reitor da Univasf, o professor Eliezer Barreiro é uma inspiração por contribuir para o surgimento de novas lideranças científicas e por acreditar no potencial dos nordestinos. “O professor está na história de nossa universidade. O título é para deixar registrada a contribuição importante dele para nós, desde a formação de professores na área de ciências farmacêuticas até a origem do curso. Iria aonde ele estivesse para fazer esta homenagem. O professor é um incentivador da pesquisa e de nossos eventos acadêmicos. Eliezer é um mentor, um guia e uma inspiração para os professores e estudantes de Farmácia”, disse Télio Leite.

Em 2002, a Univasf surgiu como primeira universidade federal a ser implantada no interior do Nordeste brasileiro, levando conhecimento, capacitação e formação para o semiárido. Com sede em Petrolina (PE), a instituição ainda possui outros campi ao longo do rio São Francisco, em Pernambuco (Petrolina e Salgueiro), Bahia (Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso) e Piauí (São Raimundo Nonato).

De acordo com o professor Jackson Almeida, o homenageado sempre foi solícito e atencioso quando era procurado para dar conselhos e opiniões sobre o projeto pedagógico para a criação do curso de Farmácia. “O professor Eliezer contribuiu para reduzir as assimetrias regionais no ensino do Brasil. Ano a ano, desde 2007, participou dos simpósios que realizamos, exceto o último, ocorrido em setembro, quando não pôde estar presente. É uma homenagem também de todas as universidades do Nordeste”, afirmou o coordenador do NPPN/Univasf.

O reitor da UFRJ afirmou que Eliezer de Jesus é magnífico por tudo o que fez na carreira em favor da ciência, da saúde e da química medicinal no Brasil. “A nossa faculdade de Farmácia e o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) contribuem para o país, para o Sistema Único de Saúde, não apenas na formação de técnicos qualificados, mas de cidadãos éticos e comprometidos com a transformação social. O professor Eliezer é uma ‘joia da coroa’ da UFRJ por tudo o que fez, com zelo, respeito e cuidado. Muitas vezes eu o via sair daqui tarde da noite. Uma enorme dedicação para a ciência e a saúde”, concluiu Roberto Medronho.

Por Por Sidney Rodrigues Coutinho

Reportagem publicada originalmente em Conexão UFRJ

ABCF Jovem reforça a participação de novos pesquisadores em Ciências Farmacêuticas na ABCF

Dirigentes convidam estudantes de graduação, mestrado e doutorado a promoverem integração diversificada da profissão

A Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) não só promove a excelência acadêmica, mas também busca ampliar a influência dos jovens pesquisadores por meio de um novo segmento, a ABCF Jovem.

A ABCF Jovem foi criada para incentivar e atrair para a ABCF estudantes de graduação e de pós-graduação das Ciências Farmacêuticas. A ideia é fazer com que esses jovens pesquisadores não sejam meros espectadores, mas também participem e envolvam-se de modo efetivo nas atividades da Associação.

Sob a liderança de duas pós-graduandas, Samanta da Silva Gündel e Izadora Borgmann Frizzo, a ABCF Jovem se transformou em um ambiente dinâmico para a interação de estudantes de diferentes níveis acadêmicos com a diretoria da ABCF. “Hoje trabalhamos de forma integrada com a diretoria da ABCF apontando as necessidades, ajudando a construir e melhorar a Associação. Além disso, estamos participando ativamente no fortalecimento das Ciências Farmacêuticas e incentivando a participação de jovens pesquisadores e farmacêuticos na ABCF”, conta Samanta.

Izadora Borgmann Frizzo – Diretora da ABCF Jovem

A jovem pesquisadora Samanta é farmacêutica formada pela Universidade Franciscana (UFN). Atualmente é doutoranda em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi eleita pelos representantes discentes dos PPGs da área de Farmácia da CAPES para liderar a ABCF Jovem. “Desde o início, encantei-me pela pesquisa científica, seus desafios e pelo aprendizado constante no laboratório”, conta Samanta.

Samanta da Silva Gündel – Diretora da ABCF Jovem

Formada em Farmácia pela Universidade de Passo Fundo (UPF), com mestrado em Análises Clínicas e atual doutoranda em Farmácia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Izadora é vinculada ao Laboratório de Microbiologia Molecular Aplicada (MiMA – UFSC). Sua trajetória é marcada pelo interesse crescente na pesquisa, buscando oportunidades desde a graduação.

“Sou uma apaixonada pela ciência e fico feliz em identificar isso desde cedo, com minha graduação. Entendo a importância e a diferença que a ciência pode fazer no núcleo social. Por isso, insisto nessa caminhada”, pontua a pesquisadora Izadora.

Com foco em aumentar a visibilidade da ABCF, a ABCF Jovem está atuando na difusão de informações sobre a Associação e, consequentemente, no fortalecimento da ciência. “Os profissionais brasileiros se destacam globalmente na ciência, mas a comunidade científica do país enfrenta desafios que, geralmente, limitam seu progresso. Temos que iniciar uma mudança nesse processo desde cedo e a ABCF Jovem pode contribuir bastante neste sentido”, ressalta Samanta.

Faça parte da ABCF Jovem

Com o propósito de expandir o seu alcance, a ABCF Jovem convida jovens pesquisadores das Ciências Farmacêuticas a se associarem à ABCF e a terem voz ativa na definição de diretrizes e iniciativas dentro da sua área de atuação.

Podem integrar a ABCF estudantes da graduação, mestrado ou doutorado da área de Ciências Farmacêuticas e áreas afins. A ABCF Jovem foi criada para estimular a participação ativa desses estudantes em discussões e programas que impulsionam a área.

“A Associação procura ativamente ouvir e dar voz aos pesquisadores do presente e do futuro, como evidenciado na recente participação dos discentes na preparação do próximo Congresso da ABCF, marcado para 2024”, frisa Samanta. A pesquisadora Izadora complementa: “fazendo parte desta iniciativa, o jovem contribui com a sua perspectiva para o desenvolvimento contínuo das Ciências Farmacêuticas, para a descobertas de novas pesquisas”.

Ao se associar a ABCF, além de fazer parte de uma associação que promove e incentiva as Ciências Farmacêuticas, o associado também tem descontos em inscrições de eventos científicos e em ações de empresas associadas.

Para se associar-se à ABCF é simples. Basta clicar aqui para preencher a ficha de cadastro, fazer o pagamento da anuidade e pronto! Você passa a integrar esse time de pesquisadores que se uniram em prol das Ciências Farmacêuticas.

Dúvidas e informações podem ser esclarecidas pelo e-mail: abcfjovem@gmail.com